Vivemos tempos acelerados. Os relógios parecem andar mais depressa do que a vida. Cada dia é um calendário cheio – de tarefas, de reuniões, de prazos, de metas. Corremos para chegar a todo o lado, para provar que conseguimos, para superar expectativas – as dos outros e as nossas. Atingimos metas, mesmo que a ultrapassar os nossos próprios limites. E a minha pergunta é: no meio desta corrida, já parámos para perguntar se estamos, de facto, a viver?
Há uma diferença profunda entre estar vivo e viver. Estar vivo é fisiológico. Viver é sentir. É saborear um pequeno almoço sem pressa. É ouvir uma música e deixar que ela nos toque. É olhar alguém nos olhos com tempo. Viver é dar espaço à emoção, ao silêncio e à reflexão.
Numa sociedade que grita por produtividade, medimos o nosso valor pelo que fazemos e não por aquilo que somos. Transformamos conquistas em identidade. E, sim, conquistas são importantes. Eu também sou movida por desafios. Mas aprendi, ao longo do meu caminho como empresária, comunicadora e líder, que sucesso sem sentido não preenche. E, ainda que a realização profissional seja importante, não deve ser confundida com plenitude.
Viver é também falhar. É aceitar que há dias sem conquistas visíveis, mas cheios de sentido. É saber parar. Respirar. Recomeçar.
Viver é equilibrar o foco com a leveza, a ambição com a presença e os resultados com o propósito.
Aprendi que o sucesso verdadeiro não se mede apenas em números. Mede-se nas relações que construímos, nos valores que transmitimos e na paz que sentimos no final de cada dia.
Hoje, convido-o(a) a refletir: está a viver ou apenas a procurar atingir objetivos?
Se a resposta for a segunda, talvez esteja na hora de abrandar. Não para fazer menos, mas para fazer com mais sentido.
Porque a vida não é um conjunto de metas. É o caminho entre elas.
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