A coragem para vasculhar o armário do seu quarto demorava a chegar. Hesitava não por medo do que fosse encontrar, mas pelo que poderia sentir assim que a minha mão decidisse puxar a primeira de quatro gavetas do armário onde o meu pai guardava as suas coisas. A morte acordara há cinco dias o corpo do meu pai e a dor que sentia ainda era confusa, aguda, profunda. Os dias permaneciam estranhos e teimava em não acreditar que o meu cúmplice de colo, o meu porto de abrigo, a minha luz por entre a penumbra, partira.
O dia chegou sem que me apercebesse, dando por mim a explorar as gavetas como de um tesouro se tratasse. Não tinha a pretensão de encontrar algo específico ou mesmo de surpreendente. O próprio ato de procura era, para mim, a maior das recompensas.
Um caderno dobrado encontrava-se no fundo de uma das gavetas. Até esse dia, os únicos registos do meu pai de que tinha conhecimento eram aqueles em que anotava as contas da mercearia e os recados que, por vezes, deixava-me em cima da mesa da sala. Não fazia a menor ideia de que escrevera um diário a respeito de uma viagem que realizou.
O fato de ter acesso a esses escritos e de, agora, ter a possibilidade de os ler, foi talvez dos momentos de maior conexão que tive com o meu pai após a sua morte. Passei a conhecê-lo melhor, a entender certos momentos da sua vida e a aceder ao seu mundo emocional de que pouco sabia. Considero este diário uma parte significativa do testemunho que me deixou. Só lamento o meu pai não ter escrito mais, para que, assim, o conhecesse melhor.
Tal como a maioria dos pais, pretendo deixar um legado aos meus filhos. Todavia, espero que esta herança seja muito mais do que bens materiais. Ambiciono deixar-lhes o meu exemplo, as minhas vitórias, a minha vulnerabilidade, mas também a certeza de que os seus sonhos, mesmo aqueles que pensam ser impossíveis, podem ser materializados.
A meu ver, é importante que um pai tenha a ousadia de incentivar os seus filhos a sonhar. De que serve alimentar-lhes o corpo sem lhes nutrir a mente?
Educamos pela forma como estamos na vida. Esta é uma das minhas máximas enquanto pai. Invisto em ensinar ferramentas aos meus filhos para que, por si próprios, tomem as melhores decisões.
O legado que recebemos dos nossos pais influenciará diretamente o legado que deixaremos aos nossos filhos. Cada um de nós é um intermediário de gerações com a responsabilidade de garantir a continuidade da vida tal como ela se pode expressar. Para tal, proteger os sonhos para que não se dissipem, torna-se a maior das missões que pais e filhos podem partilhar entre si.
O livro “Se Tens Um Sonho, Protege-o!”, de Leonardo Gonçalves, é uma obra que nasceu da necessidade de o autor querer transmitir aos seus filhos os princípios essenciais que estes pudessem utilizar para proteger e concretizar os seus sonhos. Um livro escrito bem de dentro e que representa, na minha ótica, que a verdadeira sabedoria é aquela que perdura através das gerações.
Sendo uma obra de referência para todos os que querem sentir o toque de Midas da vida, “Se Tens Um Sonho, Protege-o!” é um livro, Amazon best-seller, que tem ajudado milhares de pessoas em todo o mundo a proteger os seus sonhos e a permitir que a vida se expresse através de si mesmos. Sem limites, com responsabilidade, coragem, gratidão e com a certeza de que uma vida extraordinária está à sua espera, porque, e como sublinha o autor, “a vida que desejamos viver está nas nossas mãos neste momento”.
Recordo-me diariamente do amor do meu pai. Permito que esse mesmo amor, em jeito de legado, guie-me através da vida. Tento fazer do que aprendi com o meu pai algo maior. Algo que, com o meu contributo, também crescerá e ajudará os meus filhos a concretizar os seus maiores sonhos.
Como afirma o Leonardo no seu livro: “A vida quer que te expresses… Tu queres expressar-te… Este é o momento!” Para que a vida continue o seu fluxo e para que cada um de nós se mantenha conectado aos seus sonhos com a mentalidade de que são possíveis, ler este livro é, sem sombra de dúvida, fundamental e impulsionador. Não apenas por nós, mas por todos aqueles que amamos.
Desejo-lhe momentos inspiradores,
César Ferreira
Mentor de Autor