As redes sociais são ferramentas poderosas demais para serem usadas apenas para falarmos de nós. O novo papel do influenciador vai além da selfie no Instagram (que, aliás, arrisco dizer que nunca deixará de existir) e da egotrip tão perfeita quanto chata. Estará a andar na frente e a ganhar destaque na enxurrada incessante de informações quem levantar bandeiras para dar visibilidade a questões que beneficiem os humanos e o planeta.
Muitos têm admiração pelo casal de atores, os quais, além de bonitos e bons profissionais, adotaram crianças negras e seguem na luta pela igualdade racial? A vida é perfeita só porque são pessoas famosas? Não. O sofrimento e o preconceito na pele foram partilhados com transparência, o que valorizou as suas marcas pessoais como seres humanos.
Pioneira no Brasil como blogueira e digital influencer, Camila Coutinho, no seu livro “Estúpida, eu?”, faz uma reflexão sobre esta Era da Influência: …”A influencer pela influencer já não é mais suficiente. É preciso ter mente criativa. E se puder combinar isso com boa imagem e expertise para se vender como marca, sucesso! Quem pensar a longo prazo e se enxergar cada vez mais como criador será valorizado pelo mercado.”
Talvez muita gente ainda não saiba que o que vale agora é a qualidade e a relevância do microgrupo que cada um tem poder de influenciar. Cada vez mais as empresas investem no marketing de valor e não na quantidade. Comprar seguidores é deitar dinheiro para o lixo.
Todos os dias aparecem perfis para disputar a atenção das pessoas com o seu. Então, qual a fórmula para manter a relevância? Quem tem capacidade de traduzir, de simplificar a informação que domina (seja ela em que área for…), vai agregar mais valor e, consequentemente, chamar a atenção. Será referência.
Junte isso à autenticidade. Quem nunca percebeu que ser autêntico (e, graças a Deus, imperfeito) faz mais sucesso do que a foto produzida do look impecável no Instagram? Esqueça a timeline milimetricamente perfeita. As pessoas querem o real que vai além da selfie. Querem saber o que veste, o que faz e em que realmente acredita. O influenciador do futuro (e não sei quão próximo está) deve respirar conteúdo, utilidade, informação, descontração, realidade.
Dá tédio saber que alguém pensa que acrescenta algo de valor ao gravar um vídeo ou postar fotografias a mostrar produtos recebidos de marcas. Algo que só interessa à pessoa que ganha, já que o espetador, se lhe interessar, tem de comprar. Ações de marketing como esta já não convencem se não houver um propósito maior, uma causa que beneficie mais do que o financeiro da empresa e a carteira do influencer.
Marcas pessoais influentes, poderosas, vão muito além do esteticamente perfeito. Valores pessoais combinados com valores de parceiros e empresas, reputação e credibilidade, e conteúdo. O valor da marca pessoal será percebido pelo que a pessoa entrega com o seu trabalho e pelo que mostra nas suas redes. É útil? Tem informação? É real?
Onde está você nesta revolução digital?