Cristina Amaro
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Trabalhar com propósito: tendência ou urgência?

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Trabalhar com propósito: tendência ou urgência?

Trabalhar com propósito: tendência ou urgência?

Por Cristina Amaro

Nos últimos anos, trabalhar com propósito deixou de ser uma ideia vaga para se transformar numa palavra que aparece em quase todas as conversas sobre o futuro do trabalho. Mas será que esta procura por sentido é só mais uma moda passageira? Ou será que estamos perante uma urgência profunda, que toca no que realmente importa para a sobrevivência das pessoas e das organizações?

A verdade é que trabalhar com propósito já não é uma escolha. É uma necessidade urgente. Vivemos num mundo em constante mudança, cheio de incertezas, onde a crise da saúde mental cresce a olhos vistos. Num cenário assim, o trabalho que nos liga, que nos faz sentir que damos algo para além do que é declarado no salário, é o que verdadeiramente nos “salva”. E não é um luxo. É uma necessidade para o nosso equilíbrio enquanto seres humanos.

Quando falo em propósito, falo daquela força que nasce do alinhamento entre quem somos, o que fazemos e o impacto que queremos deixar no mundo. Não chega cumprir tarefas. Precisamos de sentir que o que fazemos faz sentido, que contribui para algo maior – seja lá o que isso for.

As empresas que já perceberam isto não estão a “surfar” uma tendência. Estão a mudar a sua essência, a reconfigurar os seus valores, as suas estratégias e a cultura, para que as pessoas que nelas trabalham sejam parte ativa deste caminho. O propósito deixou de ser só um slogan bonito para se tornar numa ação verdadeira, capaz de unir os objetivos de cada um a uma missão comum e maior.

Mas ainda há quem resista. Há quem veja o propósito como uma moda efémera, um tema para falar em eventos, mas sem impacto real no dia a dia. E há ainda os que confundem propósito com marketing.

O essencial está aqui: trabalhar com propósito não é apenas o que dizemos, mas o que realmente fazemos. É urgente que os líderes e as organizações repensem a sua razão de existir e reconheçam que no coração do trabalho está a pessoa – com todas as suas emoções, valores e sonhos.

Mais do que uma tendência, o propósito é a resposta de que precisamos para enfrentar os desafios do nosso tempo. Ele reconstrói a confiança, fortalece as relações e faz nascer uma inovação que realmente importa.

Se ainda vê o propósito como um luxo ou um detalhe, convido-o(a) a pensar: quanto vale investir em pessoas que se sentem verdadeiramente ligadas ao que fazem? E quanto custa perder talentos, ver o desgaste emocional crescer e a falta de significado a tomar conta do dia a dia?

Trabalhar com propósito é hoje uma urgência que já não podemos ignorar. É o caminho para construir organizações resilientes, mais humanas e alinhadas com aquilo que verdadeiramente importa. Porque trabalhar sem ele é apenas existir. E todos nós merecemos muito mais do que isso, não merecemos?

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