Nos últimos anos, trabalhar com propósito deixou de ser uma ideia vaga para se transformar numa palavra que aparece em quase todas as conversas sobre o futuro do trabalho. Mas será que esta procura por sentido é só mais uma moda passageira? Ou será que estamos perante uma urgência profunda, que toca no que realmente importa para a sobrevivência das pessoas e das organizações?
A verdade é que trabalhar com propósito já não é uma escolha. É uma necessidade urgente. Vivemos num mundo em constante mudança, cheio de incertezas, onde a crise da saúde mental cresce a olhos vistos. Num cenário assim, o trabalho que nos liga, que nos faz sentir que damos algo para além do que é declarado no salário, é o que verdadeiramente nos “salva”. E não é um luxo. É uma necessidade para o nosso equilíbrio enquanto seres humanos.
Quando falo em propósito, falo daquela força que nasce do alinhamento entre quem somos, o que fazemos e o impacto que queremos deixar no mundo. Não chega cumprir tarefas. Precisamos de sentir que o que fazemos faz sentido, que contribui para algo maior – seja lá o que isso for.
As empresas que já perceberam isto não estão a “surfar” uma tendência. Estão a mudar a sua essência, a reconfigurar os seus valores, as suas estratégias e a cultura, para que as pessoas que nelas trabalham sejam parte ativa deste caminho. O propósito deixou de ser só um slogan bonito para se tornar numa ação verdadeira, capaz de unir os objetivos de cada um a uma missão comum e maior.
Mas ainda há quem resista. Há quem veja o propósito como uma moda efémera, um tema para falar em eventos, mas sem impacto real no dia a dia. E há ainda os que confundem propósito com marketing.
O essencial está aqui: trabalhar com propósito não é apenas o que dizemos, mas o que realmente fazemos. É urgente que os líderes e as organizações repensem a sua razão de existir e reconheçam que no coração do trabalho está a pessoa – com todas as suas emoções, valores e sonhos.
Mais do que uma tendência, o propósito é a resposta de que precisamos para enfrentar os desafios do nosso tempo. Ele reconstrói a confiança, fortalece as relações e faz nascer uma inovação que realmente importa.
Se ainda vê o propósito como um luxo ou um detalhe, convido-o(a) a pensar: quanto vale investir em pessoas que se sentem verdadeiramente ligadas ao que fazem? E quanto custa perder talentos, ver o desgaste emocional crescer e a falta de significado a tomar conta do dia a dia?
Trabalhar com propósito é hoje uma urgência que já não podemos ignorar. É o caminho para construir organizações resilientes, mais humanas e alinhadas com aquilo que verdadeiramente importa. Porque trabalhar sem ele é apenas existir. E todos nós merecemos muito mais do que isso, não merecemos?
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