Vivemos para aquilo que nos faz felizes, realizados, mas, acima de tudo, confiantes e seguros. Ajudamos os nossos amigos para mais tarde sermos ajudados ou porque gostamos de ver os outros felizes, mas, independentemente das razões pelas quais o fazemos, acabamos sempre por ajudar.
Vejo cada vez mais nos jovens da minha idade uma grande força para ajudar, ajudar os amigos ou os desconhecidos. Seja na rua seja nas associações como a ReFood, onde muitos jovens gostam de participar, pois acabam por existir nas suas freguesias. Mas não vim cá fazer publicidade a nenhuma associação, vim tentar fazer um apelo àqueles que ainda não fizeram nada pelos outros.
Vivemos neste mundo em que todos os dias acontece um desastre, seja numa antiga colónia portuguesa como em Moçambique seja um incêndio num dos monumentos mais emblemáticos de um país, como aconteceu em França. Todos os dias, milhares de pessoas no mundo inteiro lutam pelas suas vidas, pelas dos seus familiares ou pelo seu país. Fogem da guerra e imigram para outros países, e passamos a viver num mundo onde a globalização não é algo que se escolha, mas sim na qual temos de aprender a viver.
Quem lê os meus textos no Instagram sabe quem é o Pedro. O Pedro foi um senhor que conheci perto da minha casa, o Pedro tinha acabado de ser despejado e trazia a casa às costas, literalmente, tinha perdido uma grande parte da sua visão e também não ouvia perfeitamente, mas falava muito bem, tinha uma voz incrível, e naqueles 20 minutos em que estive com ele, ao levá-lo até ao albergue, fiquei tão feliz por o ter conhecido e o ter ajudado a encontrar aquilo que agora é a “casa” dele. Fiquei revoltado com todo o processo que o fez ficar sem casa, mas o sorriso dele por ter sido ajudado ainda hoje não me sai da cabeça, e já foi há mais de um ano. Não escrevo isto para as pessoas pensarem que sou um exemplo a seguir, pois não sou. Apenas quero dar-vos um exemplo de como pode ser fácil ajudar as pessoas no nosso quotidiano.
Cada vez mais, startups são feitas para facilitar todo o processo, para que as pessoas não digam que custa muito, que não têm disponibilidade ou que não vale a pena. Por vezes, estas ideias vêm dos mais novos, um grupo de jovens de Lisboa fundou o Up To You, site onde qualquer pessoa pode inscrever-se e encontrar um serviço de voluntariado que seja indicado para os seus desejos, facilitando assim todo o procedimento de inscrição e aceitação. Projetos como o Up To You existem por todo o mundo, como o Team London, em Londres.
Se todos nós ajudássemos, nem que fosse uma vez por mês, o mundo melhoraria. Seja apanhando plástico na rua ou nas praias, como é comum ver nas redes sociais, fazendo um serviço comunitário junto de uma associação como o Banco Alimentar, ajudando pessoas desconhecidas na rua ou doando dinheiro aos países que foram vítimas de desastres naturais como Moçambique, que tanto significa para nós, portugueses.
Ajudem, não custa nada, faz-nos felizes e recebemos um enorme sorriso do outro lado que nos enche o coração e a alma.