Convidei o César para nos ajudar a crescer como pessoas. Para nos ajudar a criar um movimento transformador neste espaço onde também teremos outras pessoas transformadoras. A inspiração e o saber são chave para esse objetivo. O César vai trazer esse saber através dos livros. Desafie-se a melhorar e a desenvolver-se a si mesma(o). Há um mundo novo à nossa espera quando nos conhecemos a nós próprios… Espero que vos seja útil cada livro e cada conselho. Boas leituras. Cristina Amaro
Todas as pessoas que encontramos ao longo da vida trazem-nos uma mensagem. Mesmo as pessoas que – julgamos nós – nos fizeram mal, têm um papel muito importante na nossa vida. Saibamos interpretar e aprender a lição que nos compete.
É demasiado fácil reclamarmos quando algo corre mal. Assumimos o papel de vítima como se a vida estivesse sempre em dívida para connosco. Estamos maioritariamente no papel de quem quer receber em vez de dar. Parecemos as crianças que, quando entram numa loja de doces, querem todas as guloseimas de uma só vez e, ao serem contrariadas, fazem birra.
“Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” (Antoine de Saint-Exupéry). Quem nos aparece na vida, seja por que razão for, tem sempre um recado para nós. Um bilhete que traz escrita uma aprendizagem. É como se o manual de instruções que tanto solicitamos à vida nos fosse apresentado capítulo a capítulo.
Esse bilhete pode aparecer através de uma pessoa, de uma experiência, de um simples olhar.
A vida pode ser encarada de duas formas: da perspetiva do que nos falta ou do ponto de vista do que podemos aprender com o que nos acontece. São dois modos que determinam como apreciamos a vida. Na verdade, quem hoje somos resume-se às escolhas que realizámos em momentos de tensão.
Ao olharmos para uma situação menos simpática que nos tenha acontecido, podemos sofrer ou aprender com ela. Não é fácil, mas é uma escolha que temos. Quantas pessoas tiveram infâncias árduas e hoje em dia são pessoas felizes e de sucesso? Quantas pessoas tiveram tudo na vida, todas as oportunidades, e agora navegam sem sentido e com amargura? A magia não está em transformar ouro em anéis, mas em saber encontrar e retirar ouro da terra.
Somos aprendizes durante toda a nossa vida. É esta qualidade humana que nos permite evoluir e optar por responder sabiamente aos desafios que nos vão surgindo. A forma como estamos determinados a aprender influencia diretamente os nossos resultados. Quem tem a habilidade de aprender com o que a vida lhe brinda tem a capacidade de aprender qualquer coisa.
Já reparaste à tua volta? Já te permitiste escutar em vez de só ouvir? Já pensaste que tudo o que te aconteceu trouxe consigo um ensinamento tão valioso que, se o integrares, a tua vida dará um salto de gigante?
Por vezes, é duro “sacarmos” a mais-valia de um momento doloroso. Por vezes, a dor que sentimos é tão insuportável que a transformamos em sofrimento. Num abismo que teima em não ter fim. Aí julgamos que não há alternativa. Que o mundo só pode ser assim. Mas é aqui que surge a única oportunidade de aprendermos o que temos e necessitamos de aprender.
A aprendizagem salva-nos da dor contínua. A aprendizagem ensina-nos a viver. Todos os bons momentos só o são porque interpretámos algures a mensagem que nos era dirigida.
Muitas pessoas me perguntam por que razão determinadas coisas menos boas continuam a acontecer na sua vida. A minha resposta é sempre a mesma: já aceitaste e aprendeste a lição que tinhas a aprender? Aceitar o que nos acontece não é um ato de cobardia ou de desistência. Aceitar é o primeiro passo para estarmos dispostos ao que a vida tem para nos ensinar. É estarmos preparados para escutar a verdadeira razão de todas as coisas.
Dois dos livros que mais utilizo nas minhas sessões de biblioterapia com pessoas que “teimam” em não retirar o ensinamento de cada situação são A Profecia Celestina, de James Redfield, e A Travessia, de William P. Young.
A Profecia Celestina, uma das obras mais bem-sucedidas de James Redfield, guia-nos por uma história que nos permite mudar a nossa perceção de tudo o que nos acontece. Ajuda-nos, por assim dizer, a escutar e a interpretar as mensagens que nos vão aparecendo.
A Travessia, a segunda obra do autor de A Cabana, eleva-nos os padrões de vida. Dá-nos uma segunda oportunidade. Identifico muito a questão da aprendizagem de vida nesta leitura. Normalmente, e por crenças que nos incutem desde crianças, dizem-nos que as segundas oportunidades não são possíveis. Contudo, a forma como a vida nos leva a aprender o seu significado é indo presenteando-nos com oportunidades.
Ao leres estes livros, peço-te que pares por uns momentos para apreciares a tua vida. Usufrui de toda a sua aprendizagem. Sentirás que a pessoa em que te tornaste tem tudo a ver com a forma como lidaste com as situações que te aconteceram. Com o que foste capaz de aprender. Podes até lembrar-te de um acontecimento que te impactou e perguntares-te a ti mesmo: o que é que aprendi ao passar por isto? Certamente encontrarás na tua memória pessoas que te magoaram. Mas se olhares para elas agora, com a informação que te passei, verás que tudo o que aconteceu foi apenas uma forma de aprenderes algo acerca de ti mesmo e da vida que pretendes viver.
A clareza e o significado das coisas dependem de ti. Tu é que olhas, sentes, crias histórias. Tu é que podes decidir se pretendes ou não retirar da ameaça a oportunidade.
“Quando mudas a forma de olhar para as coisas, mudam as coisas para as quais estás a olhar.” (Max Planck)
Desejo-te momentos de clareza e de pura aprendizagem.
Boas leituras.