Cristina Amaro
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Tempo. O único desejo que tenho para este Natal

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A vida

Tempo. O único desejo que tenho para este Natal

Tempo. O único desejo que tenho para este Natal.

Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo                                  

É Natal. Uma das alturas mais iluminadas do ano. De reflexões. De amor. De tempo…supostamente.

Mas o Natal já não é o que era. Agora corremos de um lado para o outro. Já não sabemos andar a outro ritmo que não este. Já não fazemos os bolos em família (porque já não há tempo para isso) … compramo-los feitos. Corremos à última da hora todos os centros comerciais à procura daquela última prenda que nos falta. Aquela prenda que tem de ser perfeita para compensar o tempo que não disponibilizamos àquela pessoa durante o resto do ano. Ou dos anos.  

Vamos lá parar para pensar pelo menos uma vez que seja. É suposto que isto seja o Natal? Já não temos tempo nem para o Natal? Repito: nem para o Natal? Não é suposto nesta altura o tempo parar e celebrarmos o amor, que é no fundo aquilo que importa? Não é suposto tentarmos compensar com tempo (não com prendas) aquilo que não conseguimos durante o resto do ano? Achava que sim. Pelo menos, é o que ainda procuro fazer. E faço. Não porque é Natal. Mas porque os meus merecem que o faça. Eles sim iluminam a minha vida durante todo o ano. Eles sim estão lá para mim quando todas as luzes se apagam.

Gostava que fosse Natal todo o ano, mas não há tempo para isso. Mas tem de haver tempo para, pelo menos, uma vez por ano ser Natal. Perdoem-me. Nem que seja um pretexto para dizermos “hoje vou parar”. E não podemos correr o risco de acabar com isto. É a única desculpa que nos resta para termos tempo para aquilo que é nosso.

Por isso, neste Natal a única coisa que peço é tempo. Tempo para mim. Tempo para os meus. Tempo para o que me apetecer. Longe de relógios, de timings, de correrias. Tempo para parar. Parar para pensar. Aquilo que já não sei o que é há algum tempo.

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