Quando um dia acordar e, ao olhar à sua volta, sentir que a sua vida é apenas um barco preso ao cais, solte as amarras. Possivelmente está na altura de confiar mais em si e acreditar que tudo o que fez até esse preciso momento foi tudo o que deveria ter feito. Com erros, com desvios, mas também com a clara ideia que deu o melhor de si. Necessariamente terá de soltar as amarras para que algo de extraordinário aconteça na sua vida.
Somos presas fáceis do passado e de um futuro “inacontecido”. Vivemos no limbo entre o tempo cronológico e o tempo interno. Andamos confusos, cansados, desmotivados. Ansiamos por uma bolsa de ar de vitalidade que nos impulsione para a frente quando ainda carregamos às costas os hábitos e as circunstâncias do ontem.
Avançar com a vida da forma que pretendemos não é fácil. Pode até mesmo ser penoso. Temos de descarregar a mochila para a voltarmos a encher. E tirar o que já não queremos traz consigo uma certa dose de ânimo. Largar maus hábitos, fechar portas a relações, assumir o compromisso de ser fiel a si mesmo, investir por meio da fé em alguém que nem sabemos se já existe em nós.
Tal como um barco, temos por vezes de nos entregar à vontade da maré. Se o barco for bem construído e se o marinheiro tiver carácter, deixar-se levar pela maré é a melhor das bênçãos de que podemos usufruir.
Muitos de nós investe centenas de horas em novos projetos, em conhecimento, em contactos. Tudo é importante. Tentamos de tudo para que o melhor se manifeste. Para haver uma espécie de substituição mágica de vida em que passamos de pobres a ricos, de viver num apartamento pequeno para viver numa vivenda com piscina, de viajar pelo mundo em vez de deambular a pé pelo bairro.
Ficamos tão focados que nos esquecemos de largar o que nos pesa. Por vezes, estamos tão obcecados com o sucesso que nos esquecemos do que é o sucesso.
Soltar as amarras é, acima de tudo, largar o que nos prende a um cais ao qual já não pertencemos. Será preciso coragem, determinação, capacidade para encerrar processos, agilidade e sensibilidade para dizermos não a quem nos retrai.
Sabe em que cais quer atracar? Tem noção do que necessita “atirar borda fora” para aproveitar a experiência da maré? Consegue sentir bem dentro de si que, na verdade, pouco ou nada depende do passado ou do futuro?
Coloque estas questões a si mesmo enquanto estiver a ler “O Poder do Agora”, de Eckhart Tolle. Este é um livro que vai ser útil para saber tirar proveito da maré e soltar as amarras.
Obra intemporal e uma das mais lidas de todos os tempos na área do desenvolvimento pessoal, “O Poder do Agora” destaca-se pela capacidade de levar o leitor a aceder à fonte inesgotável do Presente. Do agora em que tudo está disponível para si.
Por mais que tente seguir em frente com a ansiedade do passado e a expectativa do futuro, não conseguirá avançar muito. Solte as amarras. Um novo cais está à sua espera.
Desejo-lhe momentos inspiradores.
Boas Leituras,
César Ferreira
Biblioterapeuta e Reading Coach