Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
Desengane-se quem acredita que os líderes são perfeitos, que não erram, que não têm medo, que não têm emoções. Desenganem-se também todos os que pensam que quem lidera tem de possuir as características “perfeitas” (se é que elas existem). É importante percebemos que nem todas as pessoas têm os mesmos predicados, feitios e formas de encarar os desafios.
Qualquer que seja o negócio, a área ou o objetivo, o foco será sempre só um: crescer. Fazer crescer o negócio, as oportunidades e os colaboradores – a nível profissional e pessoal. Ainda assim, há uma série de ações que nos podem ajudar a atingir as qualidades que se esperam de um bom líder. Seguem-se então algumas dessas linhas orientadoras que lhe poderão servir de inspiração:
Saber ouvir
Bem sabemos que na correria diária nem sempre é fácil praticar esta ideia, mas é absolutamente vital.
Todas as equipas precisam de atenção e de sentirem que são ouvidas. Se um líder não o fizer está a cometer o maior dos erros. As pessoas ficam desmotivadas e – muitos são os casos – acabam por desistir de fazer um bom trabalho. Além de que nestes momentos de partilha podem surgir ideias valiosas para o negócio.
Também é fundamental estar aberto a críticas e encará-las como um processo construtivo que nos permite corrigir determinados erros e agir da forma mais positiva para a sustentabilidade da organização.
Saber priorizar
Há dias em que tudo parece ser uma prioridade. E até pode ser. No entanto, é preciso aprendermos a distinguir tudo o que é urgente e tudo o que é prioritário. O urgente faz-se agora e o prioritário faz-se a seguir. Quando lideramos é importante estabelecermos esta linha que separa uma coisa da outra. Caso contrário, nunca vamos fazer nada do início ao fim bem feito.
Ter credibilidade perante a equipa e os clientes
Um bom líder tem de passar confiança, certeza, segurança. No caminho, nas escolhas e nos recuos. Quando passamos o contrário, podemos estar a condicionar a entrega de bons resultados por parte da equipa.
É preciso haver coerência no discurso e estar predisposto a agir perante qualquer circunstância ou obstáculo. Com isto, não quer dizer que o líder não vá errar. Todos, sejamos responsáveis por uma equipa ou não, estamos sujeitos a que isso aconteça, mas tal não pode condicionar a nossa credibilidade. Pelo contrário, esta conquista-se também cada vez que dizemos, enquanto líderes, que erramos, que reconhecemos esse facto e que estamos dispostos a mudar o que quer que seja para que tal não se volte a repetir.
Ser agregador
Quando falamos de trabalho conjunto a interação é vital. Para que qualquer ação dentro de uma empresa dê certo é fundamental que os elementos da equipa pensem juntos, que analisem o todo, os impactos de cada escolha e tudo o que pode daí advir – dúvidas, receios, sugestões, dinâmicas.
Uma boa forma de agir nestes casos é mostrar, com exemplos concretos do dia-a-dia, como juntos somos sempre mais fortes e, depois, individualmente valorizar também as próprias pessoas das respetivas equipas e partilhar as características que mais admiraram nelas para resolver esse tema em concreto.
Partilhar conhecimentos
Há ainda quem tema que ao partilhar conhecimentos pode ser “ultrapassado” por outros. Um bom líder deve tentar acabar com estas ideias preconcebidas dentro da sua equipa, não só dando o exemplo, partilhando sugestões, dicas e ensinamentos, como também procurando estimular todos para que o façam. A falta desta premissa faz com que a empresa deixe de ter uma equipa homogénea e capaz, além de que o próprio líder acaba também por perder ao não receber esses contributos. A partilha do meu conhecimento sempre foi algo que privilegiei ao longo da minha carreira, com a minha equipa e acho – mesmo – que foi uma das mais importantes decisões que tomei no início da minha vida enquanto empresária. Isso fez-nos crescer a todos e talvez seja mais um dos ingredientes de sucesso da The Empower Brands House nesta caminhada já tão próxima dos 20 anos.
Estar em permanente atualização
O mundo está em constante mudança. Aquilo que se verificava há um mês pode já não fazer sentido no momento. Por isso, é fundamental pensarmos sempre em novas formas de atuação para crescermos. Nesse sentido, qualquer líder deve procurar estar sempre atualizado, não só no que diz respeito ao mercado, como à área de atuação e, claro está, às novas tecnologias. Mas lá está, a equipa também tem de ajudar o líder nessa atualização. Só em equipa o esforço é menor para todos e ninguém consegue saber tudo a todo o momento, em especial nos dias de hoje em que a vida é ainda mais rápida.
Motivar sempre mais
A falta de expetativas pode ser um problema muito sério. Nenhuma empresa anda para a frente sem sentir de quem comanda que há ânimo, vontade, esperança.
Transmitir energias positivas é o maior dos segredos para uma boa liderança. Elas podem mesmo ser transformadoras no que diz respeito à produtividade. E este é um facto transversal a todas as áreas.
Por isso, quando o tema for motivar a sua equipa não seja moderado. Pode mesmo ser exagerado. Os colaboradores irão agradecer e o seu negócio também.
Podemos deixar uma recomendação final? Incuta na equipa a necessária motivação 360. Não façamos do líder um super-homem ou super-mulher. Até porque o género de nada vale e hoje até está a deixar de ser tema. O tema é mesmo a enorme vantagem de termos uma equipa todos os dias a remar para o mesmo sentido e colaborar. Em tudo. Até mesmo na motivação. Porque, acredite, os líderes também precisam de “se alimentar” com a energia da sua equipa. Não há bons líderes sem uma boa equipa. E essa não é só resultado da liderança. Também resulta do que ela própria quer ser.
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