Por César Ferreira
Acorda. Tudo parece estar bem. Teve uma boa noite de sono e sente-se com energia. Mas passados apenas alguns minutos, em que mal teve tempo para usufruir deste estado, voltam os pensamentos negativos. Rapidamente a sua cabeça é alimentada por uma espécie de trevas e o que parecia ter sido revogado afinal só estava adormecido.
Segundo alguns estudos temos uma média de cinquenta mil pensamentos por dia. Sabendo que noventa e cinco por cento destes pensamentos são alimentados pelo nosso subconsciente, temos dificuldade em controlar quando um pensamento surge. Porém, podemos fazer algo quando este aparece.
Gosto de imaginar que um pensamento, seja ele negativo ou positivo, é um lobo que precisa de ser alimentado e que depende de mim para crescer. Assim, quando surge um pensamento positivo gosto de o alimentar. Ao invés, quando aparece um pensamento negativo, opto por não o alimentar. Mas aceito ambos.
Não conheço ninguém que não pense, de vez em quando, em coisas com as quais não quer viver. Mas os pensamentos funcionam como um alerta da nossa mente face ao que nela colocamos. Seja de forma consciente ou inconsciente, nós nutrimos a nossa mente.
É bom termos sinais que nos guiem e nos ajudem a afinar a rota da vida. Portanto, devemos agradecer a magnitude dos pensamentos que temos. Pois serão estes que, de igual forma, nos irão facilitar as emoções. Afinal, uma emoção é a expressão de um ou mais pensamentos no nosso corpo.
A maioria dos pensamentos que tentamos evitar são, efetivamente, uma dádiva para a cura, para a resolução e, por vezes, o derradeiro impulso para o nosso crescimento pessoal.
Ambicionar que os pensamentos negativos se esgotem por completo significa estancar a fluidez da vida e, por conseguinte, aquilo do qual fomos construídos. Certamente que nenhum de nós quer sentir a sombra que tem dentro. Mas não podemos comer uma bola de Berlim sem ficar com açúcar nos lábios.
É preciso coragem e ousadia para enfrentar aquilo que muitas vezes desconhecemos, como as situações menos boas que nos aconteceram na infância e das quais não nos lembramos. Esta é uma das funções da arte do pensar: despertar o que necessita ser tratado para avançarmos.
Não se esqueça mesmo de que haverá sempre um lobo que pedirá comida. Aquele que alimentar será o que crescerá.
Felizmente há muita bibliografia disponível para que possamos aprender a lidar com os pensamentos que temos, principalmente os negativos. Mas vou sugerir dois dos que mais admiro e me ajudaram (e continuam a ajudar): “Autocontrolo” de Augusto Cury e “Heartfulness – Enfrente a Vida de Coração Aberto” de Mikaela Övén.
No livro de Augusto Cury percebemos como lidar com a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Se tem dificuldade em parar (ou substituir) os pensamentos negativos que tem, este é sem dúvida um livro que deve ler e ter na sua mesa-de-cabeceira.
Com a leitura de “Heartfulness” encontrará a leveza que necessita para encarar a sua vida. Se há algo que prezo num livro, como este, é a sua capacidade em me facilitar a conexão comigo próprio de uma forma genuína e “de coração aberto”. Sendo um livro que nos ajuda não só a entender e aceitar os obstáculos, mas também a eliminá-los, estou certo que resgatará aquele seu sorriso de que tem tantas saudades.
A qualidade dos nossos pensamentos determina a qualidade da nossa vida. Os nossos pensamentos podem aparecer como lobos bons ou maus. Ambos cumprem o seu propósito, mas quem mais alimentar mais crescerá.
Desejo-lhe momentos inspiradores.
Boas Leituras,
César Ferreira
Mentor para a Aprendizagem, Mentor de Autor e Biblioterapeuta