Na imagem: Patrícia Santos e Carlos Santos, fundadores da Frato.
Acredito que são as pessoas que fazem as marcas e que as marcas são o resultado do que as pessoas fazem por elas e com elas. A M&O é o espelho disso mesmo. Todas as empresas portuguesas tinham presentes os “seus donos”, os seus CEO, os seus designers. São eles a alma do negócio e, muitas vezes, o segredo de sucesso de cada história. De cada marca.
Cruzámo-nos, de novo, com pessoas que conhecemos e conhecemos outras com quem nunca tínhamos falado e estado pessoalmente. Fomos muito bem acolhidos e assistimos de perto à forma como os responsáveis máximos pelas organizações se relacionam com os seus clientes. Não fotografei os croquetes e os pastéis de bacalhau em todos os stands. Nem os chocolates e os aperitivos que sabiam a Portugal, mas posso garantir que quem os prova os aprecia. As “nossas” pessoas sabem que levar sabores portugueses ajuda a criar relação e muitas vezes pode funcionar até como quebra-gelo para as primeiras conversas.
Portugal tem boa comida. Tem bons produtos na área que a feira ajuda a promover. E tem pessoas que fazem a diferença no desenvolvimento de negócio. Numa das conversas informais, com a equipa da AICEP, comentávamos que há 30 anos quem ia para as feiras não dominava línguas estrangeiras. Muitas vezes, tinha de haver um tradutor, o que dificultava a criação de relação entre marca e cliente. Hoje essa é uma das transformações positivas que mais se sentem e que mais resultados trouxeram às marcas que querem chegar aos mercados internacionais.
As pessoas que representam e que criam as marcas, além de mais bem preparadas, estão todos os dias, de manhã à noite, nos seus stands. Seguramente, também aproveitam para ir ver o trabalho da concorrência e para se inspirar na criação de novos produtos. Espalham sorrisos, disponibilidade e vontade de fazer bons negócios. Todas as que falaram connosco nos disseram que a feira estava a correr muito bem. As coleções foram bem aceites e muitas delas, logo no segundo dia, já registavam inúmeras encomendas.
(Imagem 1: Maria José Martins, Diretora Criativa de Conteúdos do Imagens de Marca, com André Oliveira, Presidente Executivo e Diretor Criativo da Circu.
Imagem 2: Maria José Martins com Paula Sousa, Fundadora e Diretora Criativa das marcas Munna e Ginger & Jagger.
Imagem 3: Maria José Martins com Mário Rui, CEO da SERIP.)
Não quero deixar de fazer uma referência neste texto a todas as pessoas, embora não tenha de todas elas um registo fotográfico. É de louvar o trabalho que fazem. Lá e para lá chegarem. Um stand imponente dá trabalho e obriga a um grande investimento. Falamos de valores que podem chegar a meio milhão de euros. Dependendo dos materiais que usam, do lugar que ocupam e da dimensão que têm. E falamos também de um planeamento que tem de ser feito com muita antecedência. A viagem dos materiais, enviados num camião para Paris, pode demorar até 15 dias. Depois há o trabalho de montar e desmontar tudo, e de fazer regressar a Portugal. É um momento muito importante de promoção e de comunicação.
Na sua grande maioria, da marcas presentes na Maison & Objet de janeiro, em Paris, apostam em várias feiras anualmente. Raramente repetem o stand. E as suas equipas podem ter mais de 20 pessoas envolvidas. Há casos em que têm muito mais! Também há as que fazem questão de mostrar no local como se cria a arte das suas peças, como acontece com a Vista Alegre, que todos os anos leva um pintor para dar vida aos pratos decorativos, in loco. A localização, na entrada do stand, capta a atenção e leva os participantes a entrar. Esta foi uma das marcas que tinham sempre muita gente a tirar fotografias. Principalmente orientais.
Na imagem: Armando Grave, pintor/decorador. Há 35 anos na Vista Alegre.
Foi bom estar à conversa com designers, fundadores de empresas centenárias, jovens empreendedores, que têm menos de cinco anos de histórias para contar mas já vendem peças portuguesas para o mundo. Ali sente-se o palpitar da criação. E também o da competição.
É bom ver Portugal a afirmar-se pela excelência dos seus produtos. É bom saber que esta nova geração sabe o valor que tem estar ali de braços abertos a receber os seus clientes de muitos anos, os amigos que os visitam para dar apoio e os que entram pela primeira vez e de lá saem com a compra efetuada. Vimos profissionalismo. Pessoas preparadas e gente muito determinada em fazer chegar as suas marcas cada vez mais longe. Deixo a minha homenagem e o meu bem-haja, em nome do meu país, desejando que todo o seu esforço se transforme em negócio.
Na imagem: Isabel Costa, Owner da Burel Factory.
Se tivermos pessoas mais sábias, temos marcas mais fortes. Se tivermos marcas mais fortes, temos empresas mais sustentáveis. E com empresas fortalecidas, temos uma economia mais robusta e a garantia de empregabilidade. Simples. Mas a simplicidade das coisas dá muito trabalho.