Cristina Amaro
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“Os Desafios do Pai, Hoje!”: Dicas para uma parentalidade consciente

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“Os Desafios do Pai, Hoje!”: Dicas para uma parentalidade consciente

"Os Desafios do Pai, Hoje!": Dicas para uma parentalidade consciente
César Ferreira
César Ferreira, Mentor de Autor

Queridos filhos,

Ando aqui às voltas para começar esta carta da melhor forma possível e, no entanto, as palavras teimam em permanecer dentro de mim. Não quer isto dizer que não tenha algo para vos dizer, mas apenas que me está a ser difícil colocar por palavras certas o quanto vos amo, admiro e sou grato pela vossa presença na minha vida.

Sempre me imaginei pai. Um pai divertido, sincero, líder, paciente, um tipo de faroleiro cuja principal função seria direcionar a luz para que os meus filhos encontrassem o caminho.

Confesso que nem tudo está a correr como planeei. Sou imperfeito na minha tentativa de ser excelente.  Dou, não raras vezes, pouco quando queria dar o máximo. Queria ter sempre na ponta da língua aquela frase de conforto nos momentos menos bons, aquele colo aconchegante quando mais precisam dele, aquela forma única e especial de dizer-vos, coração com coração, amo-vos. Porém, volto a dizer, nem tudo está a acontecer como previ.

Tenho muitas fragilidades, dilemas, constantes desafios que me encolhem em vez de expandir. Sim, queridos filhos, o pai também tem as suas provações.

Se há algo que quero que saibam é que sou somente humano e, sem exceção, semelhante a todas as outras pessoas. Por isso erro, mesmo que não assuma o erro – bem sabem o quanto sou teimoso. Entristeço-me quando as coisas não correm como esperava. Desiludo-me quando, constantemente, cometo as mesmas falhas.

Ser pai é também ser incompleto, embora, no mais fundo da sua inocência, um pai queira ser a referência que não cai, não vacila, não perde as forças.

Muito se ensina que um pai deve ser robusto e estável quando, na verdade, é importante que um pai seja apenas um pai. Alguém que contribui para que alguém nasça como expressão de um amor profundo e que, vida fora, dá o seu melhor para que os seus filhos sejam felizes e especiais, independentemente das suas escolhas.

Mas o amor é, também ele, vulnerável e dotado de um ou outro comportamento infeliz. Queridos filhos, embora o amor seja o que deveras nos conecta, está também suscetível à margem de erro que a própria vida se encarrega de criar.

Não conheço melhor maneira de dizer que vos amo a não ser aceitando, perante vocês, a minha vulnerabilidade e a minha forma, muitas vezes insuficiente, de amar. E que, por mais que vos digam que um pai é um super-homem, um pai é simplesmente um ser humano com tudo o que isso significa. Sem capa que o permita voar, sem visão raio-x para ver o que vai dentro, sem uma força super-humana que levanta montanhas, sem a capacidade de resposta para todas as perguntas. 

Queridos filhos, assim sou eu. Um homem, pai, um ser que tem dificuldade em transcrever por palavras o quanto vos ama, mas que está disposto a ir cada vez mais longe e mais dentro de si com a intenção de vos abraçar a amar com mais naturalidade.

Enquanto pai, talvez o maior dilema que sinta seja mesmo o definir que tipo de pai quero ser. Acredito que pais e filhos procuram, durante toda a vida, um ponto em comum. Um ponto em que, quer as necessidades dos pais, quer as dos filhos, se encontram de modo genuíno e sem que nenhum deles perca a sua essência. Afinal, ambos têm as suas exigências e a sua individualidade.

Um livro que me ajudou a ter consciência do verdadeiro papel do pai foi o livro Os Desafios do Pai, Hoje!, de Ricardo Pinhão. Uma leitura que aconselho a todos os pais. É importante que a parentalidade seja mais consciente, presente e humana. Aspeto este que está bem patente neste livro.

Ainda que todas as épocas tenham, por razões sociais, técnicas e culturais, as suas especificidades, o conceito de ser e estar pai é, a meu ver, intemporal. A vida encontra a sua continuidade quando os filhos se tornam pais e quando ambos se disponibilizam para experienciar o agora da sua relação. Em última instância, o momento presente é o único e derradeiro momento em que se pode usufruir plena e conscientemente de algo. 

Como diz o autor Ricardo Pinhão: “Cada pai tem a sua forma de ser pai”. Por isto, o meu coração tranquiliza-se sabendo que é suficiente dar o meu melhor, honrando sempre os meus filhos, para que a relação funcione. E mesmo que erre vezes e vezes sem conta, o meu coração estará sempre lá para eles.

Por agora, e para sempre meus filhos, Amo-vos.

Desejo-lhe momentos inspiradores.

Boas Leituras,

César Ferreira

Mentor de Autor

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