Por César Ferreira
Escrevo este texto enquanto o adolescente cá de casa se empenha em terminar o trabalho da escola para depois se dedicar ao jogo online e o mais novo está em luta acesa com uns blocos de lego. E enquanto tudo acontece numa realidade ainda por assimilar, vou pensando de que forma o sentido que tínhamos da vida está, efetivamente, em sentido contrário.
Muito mudou e muito vai mudar. Surgem novas perguntas às quais ainda não possuímos resposta. O mundo sempre evoluiu na medida das questões que cada um de nós tem a coragem de colocar e do modo como encara o desconhecido. E este é o momento para equacionarmos, refletirmos e darmos o nosso melhor. Sim, dar o nosso melhor sem receio de o fazer.
Lembro-me, embora que vagamente, do meu pai falar da gripe espanhola que assombrou a vida de seu pai. Foram tempos desafiantes, mas também de redescoberta. Tempos em que o medo assumiu uma posição maior. Nessa altura a informação não era produzida nem circulava como hoje, mas todos sabiam o que se passava.
Dizem-nos que os tempos mudam. Para mim, as pessoas é que mudam no tempo que têm. E nós, por mais que tentemos driblar o inevitável à luz dos nossos medos, algo nos diz que este é o momento para aceitarmos o que a vida nos deu. Sermos humildes, unos, bons seguidores e bons líderes.
Viktor Frankl afirmava que “nada proporciona melhor capacidade de superação e resistência aos problemas e dificuldades do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida”. E hoje o que se pede é que essa missão seja coletiva, universal em que cada um de nós tem, necessariamente, de cumprir a sua parte. E o que nos compete é fácil.
Admira-me o facto de olhar para a situação dos dias de hoje e pensar que eu não sou as circunstâncias. Eu construo as circunstâncias e sei que o meu comportamento tem um efeito imediato na sociedade. Admira-me, porque antes não via isso. Não sentia isso. Agora que sou chamado a agir, faço-o sem reservas e preconceitos.
Peço-lhe, caro leitor, que dê o seu melhor. Que siga as recomendações das entidades. Que cumpra e faça a sua parte. Que seja um bom seguidor, mas também um bom líder.
Se o sentido parece contrário é porque a nossa perspetiva pode estar a captar o que não nos expande. Se reparar bem, tem agora oportunidade de transformar o enigmático em sabedoria, o conhecimento em ação.
Esta semana sugiro-lhe, e sobre a questão do sentido, o livro “O Homem em Busca de Um Sentido” de Viktor Frankl. Um livro que aborda a experiência do autor no campo de concentração de Auschwitz. Uma obra-prima ao sentido que a vida pode ter para cada um de nós.
Partilho também consigo o meu contacto de WhatsApp (965233792) para se quiser uma sugestão de leitura à medida dos desafios que está a viver. Uma espécie de consultório literário especialmente aberto para si. Coloque-me as suas questões e tentarei, no que me for possível, ajudar-lhe a ter luz e perspetiva.
Existe um sentido que pode parecer contrário. Mas, na verdade, esse sentido pode apenas ser mais uma possibilidade que tem para evoluir e atingir o seu melhor.
Desejo-lhe momentos inspiradores.
#fazatuaparte
Boas Leituras,
César Ferreira
Mentor de Autor, Mentor para a Aprendizagem e Biblioterapeuta