Cristina Amaro
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O que vamos valorizar e rejeitar na cosmética nos próximos anos? 

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As marcas

O que vamos valorizar e rejeitar na cosmética nos próximos anos? 

O que vamos valorizar e rejeitar na cosmética nos próximos anos? 

Joana Nobre, fundadora Crème de la Crème

O ano de 2022 está a terminar e as agências de estudos de mercado já divulgaram as tendências de consumo de cosméticos para o próximo triénio. Esta informação é útil para todos, mas, acima de tudo, para as marcas de cosméticos e das indústrias “satélite”. A compreensão dos perfis dos consumidores há muito que é prioritária no setor da cosmética, mas o seu agrupamento em “personas” do futuro – aquelas que se tornarão importantes até 2025 – revelar-se-á crítica nos esforços de desenvolvimento de novos produtos e nas estratégias de marketing, principalmente porque vivemos um período social muito desafiador e intenso, com uma regressão à vista, à medida que nos afastamos do universo pandémico dos últimos, quase, 3 anos.

Spoiler alert!, são cinco as personas a considerar na Cosmética – SkinimalistsRefillutionaries, BeautopiansSuper Basics e Skillutionists – todas elas alinhadas com os desejos transversais de sustentabilidade, fluidez de género e criatividade. 

Quem seremos nós em 2023-2025? O que vamos valorizar, rejeitar ou usar na cosmética dos próximos anos? 

Skinimalists

Inteligentes, valorizam a performance, a eficiência e a multifuncionalidade para otimizar as rotinas de beleza e reduzir o desperdício. São consumidores muito fieis e, se as marcas dão duas destas três coisas, têm clientes para a vida. Este grupo está disposto a investir em utensílios e gadgets de beleza porque consideram-nos uma extensão natural da rotina e compreendem a sua utilidade. Gostam verdadeiramente de tecnologia e são early adopters na beleza dando primazia aos ingredientes que vêm do Laboratório. Valorizam o investimento em termos de resultados, e não de custos. 

Refillutionaries

Com uma forte crença na mudança positiva, esta persona eco-otimista escolhe marcas e cosméticos que beneficiam as pessoas e o planeta; produtos alternativos e modelos de negócio que façam realmente a diferença. Estão muito comprometidos com a beleza reciclável e com o refillEco-ethic é mesmo o seu driver: comprar e proteger o ambiente. Fortemente inspirados pela escalada das emergências climáticas, mas também encorajados pela rapidez com que a natureza recupera, demograficamente este grupo é muito interessante porque engloba várias gerações e divide-se de forma igual entre homens e mulheres. 

Beautopians

A beleza é o seu happy place. O seu moto? Glow up and show off. Para esta persona, cosméticos e felicidade são a mesma coisa. Sempre em busca do próximo produto de culto, escolhem cosméticos sensoriais que favorecem o bem-estar físico e mental, com resultados rápidos e bom design. Naturalmente extrovertidos, consideram-se experts usando as redes sociais para transmitir o seu conhecimento. São jovens, predominantemente mulheres: Gen Z e millenials brackets. São muito fluidos nas marcas, compram muito e estão sempre à procura da última novidade. Apesar disso, também se preocupam com a sustentabilidade e a inclusão, e as campainhas soam com as alegações vegan e “clean beauty”, apontando muito facilmente o dedo às marcas que prevaricam.

Super Basics

A drive é a nostalgia e trazem o normcore para a beleza. Este grupo torna a simplicidade e a frugalidade verdadeiramente cool. Priorizam o conforto e optam por produtos práticos. São o oposto dos Beautopians. Gostam de vaselina, glicerina, ureia,… ingredientes clássicos e tradicionais, e não veem necessidade em usar múltiplos produtos para múltiplas zonas. Querem produtos adaptados a todos e a tudo. Continuarão a comprar os seus produtos em supermercado e comércio tradicional pela conveniência do acesso. No mundo digital, têm um impacto muito interessante elevando algumas tendências a fenómenos globais, sendo o Slugging um exemplo disso mesmo.   

Skillutionists

Disruptivos, muito criativos, rejeitam os standards da beleza convencional. Ao levar a Cosmética para o Metaverso, este grupo diversificado e altamente artístico cria as suas próprias narrativas de beleza que desafiam o status quo e defendem a autoexpressão absoluta. São jovens, muitos deles identificados como não–binários com fortes valores de inclusão e diversidade. Valorizam ainda a eficácia e escolhem por isso marcas com grande qualidade e hiperexpressivas. 

Na cosmética, o caminho que cada um de nós faz depende do nosso contexto e da nossa vontade, podendo sempre evoluir ao longo dos tempos por variadíssimos fatores. Por uma questão de coerência, os cosméticos tendem a refletir o nosso estilo de vida e, até, a nossa personalidade. Independentemente da persona que seremos nos próximos anos, a sustentabilidade – nas suas dimensões ambiental e ética – deverá ser sempre valorizada e, por isso, devemos comprar o que vamos usar e usar até ao fim tudo o que comprarmos. Ser sustentável é não ser consumista.

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