Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
A vida encarrega-se de nos mudar. Seja de que forma for. As coisas, a dada altura, começam a fazer sentido. As linhas cruzam-se. É o ciclo da vida a mostrar-nos que há sempre um porquê. Para o bem e para o mal.
Vivemos por reação. Não há tempo para parar, para pensar, ponderar. Nas escolhas, no caminho e na vida. Só há tempo para deixar feito o que tem de ser.
Muitas vezes, esquecemo-nos de nós. Da importância de nos ouvirmos. A nós e aos nossos, que por vezes também ficam para trás. É que esta vida acelerada que levamos chega mesmo a ser egoísta.
O slow life surgiu na minha vida por necessidade. Permaneceu por opção. E ainda bem que veio. Que ficou. Nada passou a ser mais lento. O tempo é que começou a andar atrás de mim, em vez de ser eu atrás dele. O meu tempo. Aquilo que de mais valioso tenho para (me) dar. Aprendi a fazer dele o que queria. Sobretudo, a reorganizá-lo por prioridades, sendo que a primeira está escrita em letras bem grandes “eu e os meus”.
Mas este novo modo de vida mais slow não é necessariamente mais lento ou mais apagado. Pelo contrário. Fez-me descobrir um mundo de coisas e um caminho com muito mais luz do que o anterior.
Para acabar com os mitos sobre este tema, ficam aqui algumas notas importantes:
O slow life não é fazer tudo de forma mais lenta, mais devagar.
Isto é uma ideia errada. Viver devagar não é viver em câmara lenta. É viver no ritmo certo. Que é como quem diz, viver ao ritmo de cada um. Viver devagar é estabelecer prioridades e fazer em primeiro lugar aquilo que realmente importa e faz diferença na nossa vida e na dos que nos rodeiam.
Viver devagar não é o mesmo que viver uma vida simples
A vida simples é mais centrada nas coisas materiais, no consumo. Viver a vida mais devagar é viver focado essencialmente no tempo, na energia e no equilíbrio.
Não é só instagramável
Este modo de vida pode parecer meio que instagramável, uma vez que é diferente e desperta interesse. Mas não é o caso. O instagram e todas as outras redes deve sim servir como uma ferramenta de partilha, de inspiração. Devem ser o elo de ligação entre pessoas e vidas distintas com realidades que se tocam de alguma forma.
Não é fazer menos ou ser menos
Viver assim permite-nos eliminar o que é tóxico, o que não interessa ou tem menos importância, para que possamos ter mais tempo para nós e para aquilo que verdadeiramente interessa.
Não é viver sem tecnologia
Viver devagar não é eliminarmos a tecnologia da nossa vida, até porque ela é muito importante no nosso dia a dia, nas mais diversas áreas. Importa utilizar a tecnologia como uma ferramenta para fazer e ser mais e melhor.