Cristina Amaro
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O Preço do Amor

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O Preço do Amor

O Preço do Amor

Por João Maria Jorge

O amor. Aquele sentimento de felicidade que nos faz mover montanhas e que faz o tempo parar. Há quem diga que não há melhor sentimento que este, pois reagrupa vários sentimentos. É tão intenso que se diz que é cego. E como foi dito por Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver”. Porém, não sou nenhum perito – longe disso. Tenho apenas 19 anos e pouco sei sobre o que é realmente amar. Mas sei umas quantas coisas.

 O amor não se paga. Não é pelos jantares nos restaurantes chiques que pagaste e fizeste questão que ela partilhasse nas redes sociais. Não são esses os jantares que fazem arder a tal chama que ela tem dentro dela. São aqueles que cozinharam na praia enquanto bebiam aquela garrafa de vinho que compraram na mercearia. Ela não quer as tuas velas em cima da mesa para ver enquanto janta, ela quer que a lua ilumine o vosso jantar. E quer poder contar todas as estrelas que conseguir, enquanto lhe contas as tuas histórias de infância.

Deixa as flores em casa, não lhe dês flores. Leva-a para um campo onde possam apanhar as flores que ela escolheu. E quanto ao dia dos namorados, não partilhes nada nas redes sociais, partilha com ela, abre o teu coração e diz-lhe o quão importante ela é para ti, e como torna a tua vida melhor. Que mesmo nos dias de chuva tu vês o sol. Deixa-te de merdas e faz-te homem.

 Sempre que lhe quiseres dar alguma coisa, não compres. Faz. Porque ao estares a fazer, estás a fazê-lo com todo o amor que tens. Pode não ficar tão bom, mas foi feito com carinho, e não há nada melhor do que isso. Lembras-te de quando tinhas 4 anos e fazias presentes para os teus pais na creche? Ficavam péssimos, mas os teus pais sorriam e ficavam com os olhos mais brilhantes do que nunca. E ela vai fazer o mesmo, porque sabe que deste o teu melhor.

 Apesar do amor ser cego, ele tem limites. Não fiques maluco por uma rapariga que não gosta de ti da mesma forma que tu. A culpa pode nem ser tua. A vida é assim. Não é por fazeres tudo certo que pode acontecer alguma coisa. Não é por ela te aceitar na vida dela que vai gostar de ti. Mesmo depois de todos aqueles sorrisos, aqueles filmes, os jantares e as tardes na praia, ela pode não gostar de ti. E sabes o que tens de fazer? Sorrir. Estas coisas acontecem, e tu não podes fazer nada, a não ser aprender.

Outro preço do amor é sofrer. Sim, amar é sofrer. E não é um sofrimento rápido. É longo. São noites longas, só a pensar nela, nos momentos que tiveram e em tudo o que se passou. É algo complicado de se explicar.

Sinceramente, vejo hoje o amor como algo de bom, apesar de todos os seus pontos negativos. Compensa tudo aquilo que sentimos, mesmo que não seja correspondido. Sentimo-nos cheios, prontos para dar tudo aquilo que temos, prontos para receber tudo o que a outra pessoa tem para nos dar. E não há nada que pague isso. E, por experiência própria, de tudo aquilo que se pode experimentar, nada é melhor do que amar. Nada nos faz mais feliz, mais equilibrados.

Por isso, amem, com todo o vosso coração. Custe o que custar. Seja onde for ou com quem for. Que seja na praia, nos jardins, no cinema, na cama…mas amem. Não sejam estúpidos e não desperdicem tudo. Ela vale claramente a pena. Sempre valerá. E mesmo quando acharem que já não dá, tentem uma última vez, porque não vão conseguir dormir se não o fizerem. E, lembrem-se, não é a usar outras pessoas que vão esquecê-la.

Se me perguntarem, o amor não tem preço. E aqueles que nunca amaram de verdade, não o procurem, ele aparece na sua forma mais pura e na pessoa menos esperada.

João Maria Jorge
João Maria Jorge

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