O livro encontrava-se na mesa de cabeceira há um mês. Embora pensasse que era ele que me esperava, na verdade era uma parte de mim que ambicionava ter a iniciativa de o ler. E nessa noite, como por reação a qualquer coisa interna que desconhecia, dei por mim a pegar no livro que iria mudar a minha vida para sempre.
Li “O Poder do Subconsciente”, do Dr. Joseph Murphy, por sugestão de uns amigos. Recordo-me perfeitamente do momento em que estávamos à mesa a jantar e que a conversa era sobre o potencial de que todos somos dotados. Sendo católico por educação, a única força que encontrava dentro de mim era a que Deus lá tinha colocado. Fosse muita ou pouca, teria de viver neste paradigma.
Mas aprendi que isso pouco ou nada interessa se não estivermos dispostos a reparar nesse poder ou nessa força que de alguma forma foi parar dentro de nós.
Treinar a mente para que as coisas se concretizem é algo em relação ao qual sempre fui muito cético até ao dia em que li este livro.
Por um lado, acreditava que éramos reduzidos apenas ao ambiente em que nos encontrávamos. À nossa educação. Ao sítio onde vivíamos. Aos nossos pais. À nossa conta bancária. Se nascesse pobre, seria pobre toda a vida.
Por outro, sentia que Deus, ou que qualquer outra entidade universal, distribuía as regalias somente por alguns. Para uns serem vitoriosos, outros teriam de ser vítimas. E eu incluía-me no segundo grupo.
Confesso que a conversa de que todos temos potencial me causou, durante muitos anos, náuseas. Assim era porque não o via em mim. As minhas desculpas eram as minhas limitações.
“O Poder do Subconsciente” pode parecer, como já me disseram, um livro de feitiços. Curiosamente, é um livro que transforma pessoas comuns em pessoas comuns. Não me enganei no que escrevi. O normal é cada um de nós aprender a utilizar a sua mente, onde reside parte da verdadeira natureza humana, a seu favor.
Tudo (ou quase tudo) é um jogo de padrões internos. De programas que corremos ao nível do subconsciente e que nos dão determinados resultados. Aprendermos mais acerca desses programas e substituí-los quando necessário, arrisco a dizer que, além de uma responsabilidade nossa, é o melhor que podemos fazer por nós.
Falar da mente não é simples, mas é fácil. A maioria de nós sabe (e se não sabe, sente) que a forma como pensamos reprime ou expande as nossas ações e o que colhemos. Isto não é novidade e não é preciso sermos uns estudiosos para chegarmos a esta conclusão.
O normal é estarmos na vida como genuinamente somos. É a diferença entre existir e viver. Todos nós existimos mas nem todos vivemos. E a existência por si só não assegura nada.
Este livro ajuda-nos a perceber a nossa mente e a utilizá-la em nosso proveito. A confiarmos que tudo o que precisamos de ter já o temos. Apenas precisa de ser ativado. Foi o que aconteceu comigo através da leitura deste livro. Descobri que as minhas limitações eram do tamanho daquilo em que a minha mente acreditava. E ao treiná-la, ao moldá-la e ao compreender os seus gatilhos e as suas artimanhas, o mundo se revelava da forma como eu ambicionava.
Por vezes, acreditamos mais no impossível do que no possível. Encaramos grandes feitos como puros atos de impossibilidade. Julgamos que nos falta qualquer coisa ou mesmo que não somos merecedores. Joseph Murphy aponta-nos uma outra perspetiva. A visão de que é no verdadeiro entendimento e no treinar da nossa mente que reside a efetividade das nossas conquistas.
O potencial mais incrível que pode pôr ao seu serviço é aquele que já possui. Apenas necessita de reparar nele e de saber como utilizá-lo. E este livro é, certamente, um dos melhores mestres que pode escutar.
Desejo-lhe momentos inspiradores.
Boas leituras,
César Ferreira
Biblioterapeuta e reading coach