Cristina Amaro
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No palco da tecnologia

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As marcas

No palco da tecnologia

No palco da tecnologia

Por Cristina Amaro

Gosto de conduzir conversas. Aliás, gosto de conversar. Ponto. E seja no écran ou fora dele, o empenho que coloco nestes momentos é igual. Ir ao palco para conduzir uma conversa obriga-nos a entrar no tema, a estudar, a saber mais. E isso é o que mais me agrada porque me desafia.

Fui convidada para conduzir esta semana o Kick Off da SAP para 2020, uma empresa de tecnologia que falou para parceiros tecnológicos. E além de apresentar o evento e conduzir a conversa com o Diretor Geral, Luís Urmal Carrasqueira, fui desafiada pelo próprio a partilhar a minha experiência e reflexão sobre este momento de transformação digital que vivemos.

Parei para refletir. Para ler o que se escreve sobre o tema. Para saber o que dizem os estudos sobre tendências de consumo. Para escrever algumas palavras. E porque gosto de partilhar reflexões, deixo-as aqui, convosco. Para que vocês também possam tirar delas a inspiração que vos for útil. Uma reflexão de 5 minutos partilhada no palco da Estufa Fria, numa manhã que nada de fria tinha. E onde o verde do local e o azul da marca deram as mãos por um mundo de cooperação e sustentabilidade.

Aqui ficam. Espero que gostem.

“O verde da ecologia casa com o azul da tecnologia. E as marcas Estufa Fria e SAP hoje dão as mãos para falar de futuro…

Um futuro que todos queremos que seja sustentável e equilibrado mas que todos sabemos ser mais digital, mais vivido em fast forward, com mais estímulos e, sem dúvida, transformador…

Esquizofrénico? Alguns dirão que sim. Muitos de nós já o sentimos hoje. A questão é que é incontornável. E o segredo do sucesso de cada um de nós e das nossas empresas é mesmo saber tirar partido dessa transformação digital e do que ela tem de melhor.

A verdade é que podemos aproveitar as novidades tecnológicas e gerar vantagens competitivas para qualquer negócio num mundo globalizado e de forte concorrência.

Se pararmos para pensar, a migração para o ambiente digital abre um novo mundo para a produtividade pessoal e para o conhecimento. No fim do dia, ela pode mesmo simplificar a nossa vida. Mas também nos provoca, em simultâneo, um complexo desafio nos campos da privacidade, da segurança e da ética, na vida pessoal e na vida profissional. E já repararam como o estarmos permanentemente ligados nos aumenta os níveis de ansiedade? Em especial quando percebemos que, por mais que o desejemos, não conseguimos acompanhar o ritmo dessa transformação.  

Os mais recentes estudos sobre tendências do consumidor falam num desejado regresso às origens. Os indivíduos mostram preferências por experiências de consumo que privilegiem o que é genuíno, sustentável e sensorial. Claramente como sinal de um necessário equilíbrio emocional.

Então, onde ficam as empresas e os gestores no meio de tudo isto? Ficam com a tarefa de lidar com a complexidade dos instrumentos para simplificar a vida dos clientes. E há quem já o esteja a fazer e quem se prepare para o fazer – a indústria seguradora é um exemplo.

Há umas semanas fizemos uma emissão especial no Imagens de Marca, na SIC Notícias, sobre os 200 anos da Fidelidade. E é curioso ver como a empresa, que atua num setor tradicionalmente conservador, se está a preparar para os novos desafios que a transformação digital inevitavelmente lhe vai trazer.

A companhia está a testar novas formas de organização do trabalho, das pessoas, com ambientes mais simples, mais ágeis e que façam até os colaboradores se sentirem mais em casa. Gesto que vai ao encontro do tal equilíbrio que as tendências de consumo apontam. E isso numa organização é possível através do conforto e da mobilidade que o digital permite dar às equipas.

Rogério Campos Henriques, o Administrador com quem conversei sobre os desafios da digitalização, dizia-me que a tecnologia não pode ser um fim mas sim um meio para estramos mais próximos das pessoas. E nesta indústria olha-se para uma nova experiência com o cliente, assente numa maior proximidade e maior diversidade de soluções, em vez de estarem assentes apenas no pagamento de indemnizações. Ou seja, neste caso, a empresa está a usar a tecnologia e a digitalização de serviços para se tornar mais humana.

O fio condutor é o foco nas pessoas e não na tecnologia que deve estar – essa sim – ao serviço das pessoas, ao serviço do cliente.

Aproveito para nos sugerir a subscrição de um novo canal que já está em pré-lançamento no Youtube, dedicado às marcas, às empresas e às pessoas, que nelas e para elas trabalham. É The Empower Brands Channel: o palco de informação inspiradora, da nossa Empower Brands Community, para quem quer conhecer a fundo as empresas e quem nelas trabalha e que seguramente vos vai ajudar nos vossos negócios!

Esta entrevista à Fidelidade é um dos conteúdos que iremos disponibilizar no lançamento que está previsto para Março/Abril e que eu recomendo vivamente.

O digital também a nós, jornalistas e produtores de conteúdos, abre um novo mundo de oportunidades. E a nossa missão neste projeto é fazer um slow journalism que faz falta ao jornalismo de negócios&empresas.

Slow journalism para que se possa parar para respirar. Para pensar, para ver com calma, para analisar. Uma informação que vai ao encontro de uma necessária sustentabilidade mental de todos nós, pessoas e profissionais.

Sabendo hoje que a consciência é maior, cabe-nos olhar para a tecnologia e para a transformação digital com a simplicidade que ela deve ter na nossa vida.

Não vale a pena fechar os olhos à capacidade que o consumidor tem de ligar e desligar o interruptor. Ainda assim, vale a pena termos consciência de que a transformação digital pode trazer muitas e novas oportunidades às empresas de tornarem a vida das pessoas mais simples.

Afinal é isso que elas procuram. Como dizia Kennedy nos anos 60: “o laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais”.

Mudou alguma coisa na classe que seja verdadeiramente essencial? Não. 

A tecnologia já nos transformou. Vamos fazer com que ela nos leve a viver melhor. E se no futuro o fizermos em cooperação tudo será ainda mais simples.”

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