Que mania a nossa de olhar sempre para a frente! Não sei se existe estatística (mas também não procurei) que nos diga quanto tempo passamos por dia a olhar apenas para diante de nós. Por vezes imagino que somos atletas focados na linha de chegada e à espera do “tiro” de partida. Não está certo nem errado. É o que é. A vida não é uma corrida, mas uma dança em que, de vez em quando, olhamos para onde estamos a colocar os pés.
Por mais que nos digam que ter objetivos para que algo aconteça no futuro é crucial para a nossa vida, considero igualmente fundamental observarmos o ponto em que nos encontramos de momento. Este tem tanto para nos ensinar quanto os pontos que se seguem.
Certamente já se sentiu na situação em que quanto mais procurava alcançar uma coisa, mais essa mesma coisa fugia. É curioso, não é? Talvez este seja o sinal de que temos de momento o que precisamos. Portanto, observe mais e deixe de correr.
Observar é, para mim, um estado de recetividade. É quando estamos disponíveis e entregues a uma só coisa de cada vez para que possamos usufruir. E tanto nos escapa por não contemplarmos o que agora nos surge. A vida acontece neste preciso momento, não noutro.
Damos tudo por garantido e com isto seguimos apenas em frente sem parar e observar. De que vale sonharmos com tanto se, quando isso se concretiza, não o apreciamos?
Imagino o que seria um mundo suspenso, apenas por uns segundos, só para que o pudéssemos contemplar. Será que a vida pararia? Ou será que a vida iria ganhar um novo sentido? Podemos não parar o mundo, mas podemos relativizar o seu movimento para que possamos resgatar a parte das coisas que, constantemente, deixamos partir sem o nosso olhar.
Como a água que desaparece por entre os dedos das nossas mãos, a vida escorrega-nos dia a dia quando não reparamos nela. Quando não a deixamos fluir na sua forma original.
Por um dia não olhe para o relógio. Por um dia sente-se e ligue-se à simplicidade das coisas. Tudo é mais simples do que parece. Aprecie os momentos subtis com os quais é brindada(o). Uma folha a cair, um pássaro a voar, uma cortina a abanar com o vento.
Há quanto tempo não observa? Há quanto tempo exige que os seus olhos e a sua mente olhem apenas para a frente?
Um dos livros mais fantásticos sobre a questão da observação e de como nos podemos conectar à vida é “Novos pensamentos para uma nova vida” de Wayne Dyer.
Sendo uma leitura que passa pelos oitenta e um versos do Tao Te Ching, escritos por Lao Tzu, apresenta o estudo e a abordagem de Wayne Dyer, um dos escritores motivacionais mais conceituados de sempre. Um olhar único, pleno e profundo.
Ande acompanhada(o) por este livro. Leia-o tranquila e calmamente. Cada verso tem uma mensagem muito poderosa e que a(o) pode ajudar a apreciar a vida como nunca o fez.
E se apenas por aprender a observar a sua vida ganhasse um novo fôlego?
Desejo-lhe momentos inspiradores.
Boas Leituras,
César Ferreira
Mentor para a Aprendizagem, Mentor de Autor e Biblioterapeuta