Cristina Amaro
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Dei corda aos sapatos em Milão

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As marcas

Dei corda aos sapatos em Milão

Setembro, mês em que iniciei a criação de textos para este meu novo projeto, recebeu mais uma edição da MICAM, em Milão. O Imagens de Marca (IM) acompanhou a comitiva que juntou jornalistas de vários órgãos de comunicação social, membros da APICCAPS (associação portuguesa que representa a indústria do calçado) e a então secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, no dia de abertura.

Eu, além desse momento, aproveitei para conversar com Luís Onofre, presidente da associação e um dos criadores nacionais mais reputados dentro e fora do País, e ainda para gravar a emissão que trouxe à audiência da SIC Notícias e do IM, as histórias das marcas portuguesas presentes naquela que é a maior feira do setor.

Partilho as experiências e as tendências para a próxima estação de algumas marcas nacionais. Confesso que fiquei rendida aos sneakers! Querem maior conforto para os nossos pezinhos? Inspirem-se!

Apaixona-me o calçado nacional.

A ex-secretária de Estado que acompanhava de perto a Indústria. Toda a indústria.

Foi curto mas intenso o trabalho de Ana Lehmann. Incansável na proximidade com toda a indústria. E na MICAM, foi longo o caminho que percorreu. Primeiro num salto alto e depois num salto médio, ambos de fabrico nacional, como ela tanto continua a gostar de usar.

Como todas nós, mulheres, também a então Secretária de Estado tem dentro de si uma mulher que se apaixona por sapatos e isso notou-se a cada gesto que a fez tocar nos modelos que viajaram para exposição.

Fazia-o com orgulho de ver que o made in Portugal está a afirmar-se nos mercados externos e acompanhava o gesto com palavras de incentivo a todos os fabricantes, felicitando os sucessos e dando esperança quanto às dificuldades.

Porque trago esta história para aqui, agora que Ana Lehmann cessou funções? Porque merece que reconheçamos a sua dedicação e paixão que mostrou ter pela indústria.

Da minha parte, só posso agradecer a disponibilidade que sempre teve para conversar connosco e as palavras de incentivo que também a mim me deixou.

Foi até hoje a Secretária de Estado que mais positividade me passou nas conversas e encontros que tivemos.

Fê-lo nesta feira. E fá-lo em tantas outras. Mas também junto das máquinas de cada fábrica que visita. Ana é (quase) uma mulher como nós. No entusiasmo que traz de cada visita que faz, não tenho dúvidas de que nos equiparamos. Gosta de incentivar e de estar próxima dos empresários da indústria. Passa ânimo e marca presença. Assinalável! E sabem que mais? Não para! Precisávamos de um apoio institucional assim para ver se a indústria do nosso país ganha mais força. O entusiasmo que se vive dentro das empresas é meio caminho para vencer.

Valeram-me os ténis!

Fui pela primeira vez conhecer a maior feira de calçado do mundo e posso confidenciar-vos que me valeu ter optado por uns bons ténis para palmilhar os sete pavilhões onde Portugal marcou presença. Naquele dia não importava o look, que até devia ser mais institucional – por estar ao lado de uma figura do Estado português –, importava sim ir visitar os stands das mais de 90 marcas que este ano viajaram de Portugal com mais de nove mil sapatos! Afinal, estava ali como jornalista e em trabalho de reportagem. Por isso, perdoem-me a informalidade, mas os meus sneakers eram obrigatórios… 

Das 10h às 19h, apenas com pausa para almoço, que tive o privilégio de partilhar com grande parte da comitiva, foi um non-stop de visitas. Não consegui ir a todos, mas fui a muitos. Dos mais experientes aos que há menos tempo estão no mercado. Gostei, mas não posso deixar de dizer que há muito trabalho a fazer. Em especial, trabalho de branding… Vi muitos stands de empresas portuguesas que não valorizam a marca, que não têm sequer marca no seu produto. Colocar o nome da empresa que produz na palmilha não é sinónimo de construir criação de valor. 

Também vi o outro lado, o de marcas nacionais que se destacaram pelo seu branding, como é o caso de Fátima Lopes ou Luís Onofre. Sem dúvida, uma referência. Desde o marketing olfativo, que é imagem de marca das lojas do criador, ao café que era gentilmente servido aos clientes, passando por um espaço físico pensado ao pormenor para receber quem visitava o espaço, até à forma elegante como expôs o produto. Tudo foi pensado ao pormenor. Como tem de ser.

Uma coisa tem de ser dita: apesar de muito caminho existir pela frente, a APICCAPS tem feito um excelente trabalho e está empenhada nessa continuidade.

Apaixona-me a vontade de ir mais longe.

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