Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
Já por várias vezes deixei clara aqui a minha posição no que diz respeito à importância de consumirmos o que é nacional, o que é português. Por isso, hoje trago-vos uma marca que me chamou particularmente a atenção, sobretudo pelas causas que defende. Chama-se BUZINA.
É uma marca portuguesa sustentável que procura inspiração na mulher real e no seu lado mais único. Defende que todas as mulheres são únicas e que, por essa razão, as peças que vestem devem estar à sua altura. A BUZINA foi pensada para mulheres, acima de tudo, autênticas.
Existe desde
2016 e é feita para quem procura peças diferentes, com qualidade, exclusivas e
versáteis. São desenhadas por Vera Fernandes, criadora da marca, e todas elas
têm um tamanho único que, por sua vez, podem ser adaptadas a todos os tipos de
corpos.
O que mais me fascina na marca confesso que é o facto de constituírem uma
resposta para básicos essenciais, que tanto servem para os looks do nosso dia a
dia como para momentos mais sofisticados.
Cada coleção conta com apenas 20 peças (produzidas entre 10 a 70 vezes) e todas as quinzenas são lançadas três novidades. Cada costureira é responsável por cada peça desde o início até ao resultado final. São detalhes como este que me fazem acreditar nas marcas e que as tornam ainda mais especiais.
Estive à conversa com a marca e partilho agora convosco!
COMO TUDO COMEÇOU? PORQUÊ “BUZINA”?
Tudo começou com uma marca e loja de roupa de criança que eu tinha em Joane. A certa altura, as mães começaram a elogiar muito a minha maneira de vestir e, por isso, comecei a fazer algumas peças de mulher para pôr à venda na loja. Quando dei por mim estava mais entusiasmada com as peças de senhora. Foi então que vendi a marca de criança e criei a Buzina.
ANTES DA BUZINA O QUE EXISTIA?
Existiam excessos de tecidos nobres das fábricas de confeção portuguesas que nós viemos aproveitar. Desde o início que a Buzina tem este cunho sustentável, que é muito importante para nós.
QUAL É A VOSSA IMAGEM DE MARCA?
São as volumétrias, que estão sempre presentes, e o facto de as coleções terem nomes de mulheres. Também há alguns tecidos que acompanham todas as coleções, como os micados e os tafetás.
COMO COMUNICAM A VOSSA MARCA?
Começámos por comunicar sobretudo através do Instagram, dedicando-nos muito ao online. As primeiras campanhas foram todas feitas com digital influencers, amigas da marca que nos ajudaram a crescer. Hoje em dia contamos com uma comunicação mais profissionalizada, comunicando diariamente tanto com clientes, digital influencers e imprensas. A nossa loja física também é uma forma importante de comunicarmos com as nossas clientes, que gostam de nos visitar para terem um aconselhamento mais personalizado.
SENDO UMA MARCA PORTUGUESA, SENTIRAM DIFICULDADE EM GANHAR O VOSSO ESPAÇO NO MERCADO?
Foi difícil criar um produto diferenciado e encontrar recetividade no mercado. Apesar de agora as pessoas estarem cada vez mais viradas para o nacional, não o eram o tanto na altura. Mas fomos contruindo caminho passo a passo.
A BUZINA DEFENDE CAUSAS MUITO NOBRES… ACREDITAM QUE SÃO OS VALORES QUE AS MARCAS DEFENDEM QUE FAZEM A DIFERENÇA NO MUNDO ATUAL?
Claro que sim. Tudo o que está por detrás de uma marca e tudo o que a marca defende faz a diferença. Mais do que a roupa, a história e os seus valores. E comunicar isso às pessoas é o que realmente importa.
INSPIRAM-SE TAMBÉM EM TENDÊNCIAS INTERNACIONAIS? SE SIM, QUAIS?
Claro que sim. No fundo a moda é sempre uma reinvenção e conjunto de inspirações. Com a chegada do Intagram, Pinterest e outras plataformas, a inspiração é constante. O outro lado do mundo já não existe. Inspiramo-nos em conteúdos internacionais como se estivessem ao nosso lado, seja tendências, pessoas, marcas ou paisagens.
DE QUE FORMA SE MARCA A DIFERENÇA NO MERCADO NOS DIAS DE HOJE?
A Buzina é realmente diferente. Temos um modelo de negócio diferente, as peças Buzina são diferentes e a nossa maneira de trabalhar é imprevisível. Apesar de o ADN ser identificável, a marca está também associada à minha personalidade. A marca é imprevisível. Às vezes, surge a vontade de fazer algo novo de um dia para o outro e fazemos!
COMO SE CONSTRÓI A IDENTIDADE DE UMA MARCA?
A identidade de uma marca constrói-se com alma porque essa é a única coisa que não se reinventa e que é só nosso. Enquanto criadora diretiva da marca, acredito que isso é o alicerce.
COMO TÊM ENCARADO ESTES ÚLTIMOS MESES?
Da maneira mais positiva possível. Lançamos uma coleção cápsula durante a quarentena, criámos mais laços com as pessoas que têm acompanhado e crescido com a Buzina. A marca faz parte do dia a dia das pessoas, mas também dos sonhos. As pessoas não deixaram de comprar nem de acreditar. Mais do que vender vestidos, vendemos sonhos.
DE QUE FORMA SE REINVENTARAM DURANTE ESTA PANDEMIA ?
Com tudo o que tínhamos e tudo o que podíamos! Acho que todas as mulheres se tentaram inspirar umas às outras, com looks, campanhas em conjunto. E procurámos alimentar sempre esse sentido de amizade. Lançámos em conjunto com algumas outras marcas, como a Cata Vassalo, a plataforma #UMASOMARCA para nos unirmos em força nesta fase.
QUAIS SÃO AS PERSPETIVAS AINDA RELATIVAMENTE A ESTE ANO?
Acreditamos que o ciclo natural das coisas vai retomar. Vamos continuar a lançar coleções e a trabalhar muito. Acreditamos que o mundo mudou e nós também temos de mudar com ele.
Vamos restruturar o site e permitir que as pessoas tenham uma resposta mais rápida e eficaz. Acreditamos que o online é o caminho a seguir e queremos munir-nos de estratégia e ferramentas que permitam repostas mais eficazes junto das clientes.
A BUZINA É…
Uma forma de estar.