Julgamos conhecer-nos. Se alguém pedir para nos descrevermos poderíamos dizer que temos qualidades excelentes: simpatia, serenidade, empatia, afabilidade e outras. E que procuramos a superação, o crescimento, a cultura, a espiritualidade e, claro, tudo o que mostre evolução.
Mas queres conhecer na verdade a pessoa frente ao espelho? Coloca-a numa situação de stress ou ameaça, seja emocional ou física, como o amor da família, a saúde, a estabilidade económica, a segurança, o trabalho, a paz social e outros e verás quem realmente é.
Perante o medo, o stress, a emergência, a vida arranca-nos as máscaras prefabricadas para cada papel e situação. É na desnudez que revelamos o nosso “pequenino eu”. Quando menos se espera, a vida coloca-nos frente a um desafio que põe à prova a nossa fortaleza, paciência, temperança e todas as virtudes que cremos possuir.Este exame é uma surpresa, pois chega sem pré-aviso. A única diferença é que a uns chega mais cedo que a outros.
“Conhece-te a ti mesmo” é um dos aforismos mais famosos da antiguidade grega e exige-nos responder às perguntas difíceis da vida: quem sou, de onde venho, aonde vou. E isso significa encarar com valor situações limite que seguramente, esperemos, nos fazem crescer.
É um facto que a sabedoria se adquire mediante experiências vividas, sofridas ou agradáveis ao reconhecermos perante as mesmas a nossa pequenez e ao agarrar esse outro “eu enorme”, perfeito que também existe em nós. Como não podemos controlar nada mais que os nossos pensamentos, concentremo-nos em procurar aí a harmonia que no restante a vida se encarrega. E quanto melhor nos conhecermos maior será a nossa força.