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Burnout e a Pandemia: qual a relação?

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A vida

Burnout e a Pandemia: qual a relação?

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Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo

A ligação entre o burnout e a pandemia pode ser mais óbvia do que aquilo que pensamos. Com a pandemia muitos de nós vimo-nos obrigados a trabalhar a partir de casa. Mas a verdade é que esta adaptação (o teletrabalho, o convívio familiar permanente, a produtividade, o distanciamento social) provocou em todos nós – nuns mais que outros – mudanças a todos os níveis.
Passámos a estar sob uma pressão que desconhecíamos. Uma coisa meio estranha, que não é palpável, que, de alguma forma, paira sobre nós a todo o momento.
Perante todas estas adaptações, o aumento da probabilidade de desenvolvermos a síndrome de burnout aumenta.
Para quem não sabe, é um tipo de esgotamento profissional que sofremos depois de vários momentos sob stresse. Sentimo-nos sempre cansados e a energia parece que se esgota. Estamos constantemente desconcentrados, sentimo-nos em baixo e extremamente frustrados.

Nesta fase mais sensível, pode haver uma tendência maior (e, diria, natural) de querermos mostrar mais trabalho, mais produtividade, para mantermos os clientes e os chefes satisfeitos. Obviamente que aqui nada está de errado, excepto até ao momento em que começamos a exceder os nossos limites uma, duas, três… muitas vezes. E aí estamos perante a situação perfeita para desenvolver esta síndrome. Sei, por experiência própria, do que falo.
Há dias li no Jornal Expresso um estudo da Ordem dos Psicólogos que diz que o stresse e o burnout, por ano, custam 3,2 mil milhões de euros. Refere ainda que “ a falta de uma estratégia de prevenção da saúde mental custa milhões de euros por ano às empresas nacionais. Ansiedade e esgotamento são apenas a ponta do icebergue”. E a pandemia impôs novas dificuldades relativamente à prevenção da saúde mental dos profissionais portugueses. Se houvesse essa prevenção poderíamos poupar mil milhões de euros ao ano. São números que dão que pensar e que me fizeram hoje expor o assunto.

Principalmente nesta fase em que todos fazemos esforços para manter tudo dentro de uma relativa “normalidade”, podemo-nos perder. Dar o que temos e até o que não temos para dar. E tudo o que nos ultrapassa já deixa de ser saudável.
Por saber que existem certamente pessoas que estão nesta situação ou que caminham para lá e me estão a ler, serve este post para vos fazer relembrar de vocês e da vossa saúde. Cuidem dela. Permitam-se parar. É imperativo! As nossas forças não são inesgotáveis. Não aguentamos tudo. Somos seres humanos. Não há nada de mal em parar.

Por isso, como a partilha é a premissa maior deste blog, não podia deixar de falar sobre este assunto aqui. Sinto, mais do que nunca, que é necessário falar porque há muitas pessoas que nesta altura estão a precisar deste aviso, antes que seja tarde. E se conseguir ajudar uma pessoa que seja já cumpri com o meu papel.

A saúde é um assunto demasiado sério para ficar esquecido. Por isso, cuidem dela e permitam-se parar. Sobretudo, para se ouvirem.

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