Cristina Amaro
Está a ler

Uma imagem que MARCA

0
As marcas

Uma imagem que MARCA

Iniciou a sua carreira na área do marketing e publicidade mas foi pelo jornalismo que se apaixonou. O programa Imagens de Marca reúne o melhor dos dois mundos?

O Imagens de Marca é um verdadeiro programa de autor já que nasce numa folha em branco, fruto de uma necessidade sentida no terreno. Muitas vezes sentia falta do som e da imagem para que o meu leitor o vivenciasse o mesmo que eu, no momento em que as marcas e empresas comunicavam. Mas, por mais capacidade de escrita que tivesse, ficava a faltar a magia do momento que só quem a vive, a sente. E foi assim que começou a nascer a ideia de um programa de informação sobre marcas, voltado para o consumidor e não para os profissionais da área. 

Em 2004, as marcas portuguesas não tinham a projeção internacional que hoje apresentam. O que pensa ter contribuído para o seu crescente sucesso?

Desde 2004 tudo mudou! A velocidade do digital fez-nos entrar num mundo novo que eu acho que é assente na evolução e numa revolução tecnológica que hoje tudo se pode fazer chegar ao mundo de forma garantidamente mais acessível. O acesso à informação e às tendências são também um contributo e um acelerador para o crescimento e expansão das marcas.

Sente que em Portugal estão a nascer cada vez mais marcas trendy e estimulantes? Que setor(es) se têm evidenciado? 

Portugal está sem dúvida muito mais estimulante, a todos os níveis. Somos um país referencia pelo turismo, gastronomia, cultura, património, história, diversidade de paisagens e pelas pessoas. Um património que é só nosso! Quem nos visita recomenda-nos e cada vez existe mais curiosidade em conhecer o nosso país. Ao mesmo tempo Portugal começa a ser uma referência em áreas de moda e luxo. O calçado e o mobiliário são um ótimo exemplo. Pude testemunhá-lo, recentemente, na Maison & Objet, de Paris, onde Portugal tinha mais de 100 empresas da indústria do design e decoração, 60% delas estavam nos Hall de prestígio. Estamos ao lado de grandes marcas internacionais e somos tão bons como eles.

Fale-nos um pouco da mais recente rúbrica do programa- A Excelência do Luxo. Porquê a criação deste segmento no Imagens de Marca?

A “Excelência do Luxo” nasce para irmos ao encontro dos gostos e preferências da nossa audiência. O luxo sempre foi uma área com ótimos resultados na nossa antena, desde os primeiros episódios do IM. Sabemos que é uma aposta ganha, que suscita interesse, que prima pela beleza da imagem. Além disso, há hoje, em Portugal, exemplos que valem a pena trazer ao grande público, tanto de marcas nacionais como internacionais. Aliás, associam-se ao luxo dois temas em que somos muito bons: as experiências no turismo e a manufatura. E é aqui que as marcas portuguesas podem ganhar expressão. Não conseguimos competir pela dimensão, porque somos e seremos sempre um mercado pequeno, mas conseguimos pela qualidade, associadas à magia da mão, garantir a exclusividade e a diferenciação.

Quais os principais desafios que se colocam às marcas de luxo nos dias de hoje?

O digital é um grande desafio para o luxo que está habituado a estar num ponto de venda, por isso precisa de apostar na experiência, na personalização, na sensação de exclusividade que oferece. Acima de tudo, é preciso estar muito atento ao que o consumidor de hoje aprecia, valoriza e procura. Hoje o tempo é um luxo. E, talvez seja, para mim, o produto mais caro do mundo…o tempo e o silêncio.

A celebrar 15 anos de emissões, foram inúmeros os prémios que o programa Imagens de Marca recebeu, tal como a própria Cristina pelo seu carácter visionário. Qual a importância de criar “projetos inspiradores e de informação positiva” em televisão?

A informação positiva sempre esteve no nosso ADN, nasceu connosco. O mercado está inundado de títulos que criticam, de notícias negativas e deprimentes, Nós queremos ser o contrário, mostrando o que se faz bem, o que é positivo, o que nos pode ajudar a fazer melhor. Muitas vezes não pegamos em temas por sentirmos que não acrescentam esta nota inspiradora. Não sei estar, e não quero estar no jornalismo e na comunicação de outra forma.

Qual o segredo para o sucesso deste programa e dos vários projetos em que colabora?

A alma é o segredo! Costuma dizer-se que o segredo é a alma do negócio. Eu acho que a alma é o segredo do nosso sucesso. Tudo o que fazemos, fazemos com a alma e o coração. Fazemos com amor, com paixão, com trabalho, dedicação, vontade de estar sempre a fazer mais e melhor, de inovar, de nos desafiar…o segredo está em trabalhar muito sem nunca deixar de gostar do que se faz. E de ter uma equipa à altura! Eu tenho a melhor equipa do mundo!

Tal como o Imagens de Marca, a Loja das Meias teve que evoluir e reinventar-se ao longo dos mais de 100 anos de existência. Como é que olha para a sua história?

A Loja das Meias é uma empresa que sempre procurou adaptar-se ao mercado e aos diversos tipos de clientes, e somente essa inovação permanente explica os mais de 100 anos de existência. As novas lojas, em especial a da Avenida da Liberdade, refletem claramente a preocupação da marca em continuar na linha da frente em matéria de luxo. Era obrigatório estar na Avenida da Liberdade!

Como define o seu estilo? Quais as marcas da Loja das Meias com que mais se identifica?

Eu sou muito less is more. Adoro a simplicidade. Cores únicas, peças discretas, looks totais. É muito fácil misturar marcas num mesmo look para que a elegância se garanta com sobriedade. Não tenho, por isso, uma marca de eleição. Tenho peças de eleição. No entanto, posso considerar que, de todas as marcas, aquela com que mais me identifico é a DIOR.

Quais as peças que não dispensa no seu closet?

No meu closet, não falham stilletos e sneakers. Uns bons jeans. Uma camisa de seda em tons neutros. Um casaco preto, seja blusão de pele ou blazer. Um camisolão quente oversize no inverno e t-shirts fun no verão.

Mais do que marcas, é uma apaixonada pelas pessoas que as constroem. Que pessoas descobriu na sua vida pessoal ou profissional cujas histórias a marcaram?

O que mais me fascina nesta área é conhecer as histórias das pessoas que fazem nascer as marcas, que as gerem e as fazem crescer. Há uma pessoa que sinto como única e que me emociona sempre que o ouço falar ou que me abraça: o Comendador Rui Nabeiro, fundador de uma marca tão humana e especial como a Delta. Mas há tantos outros. Basicamente, apaixonam-me as pessoas que se apaixonam com o que fazem.

Criou um blog no final de 2018 porque sentiu que “estava na hora” e também como presente a si própria. É neste espaço que podemos descobrir a Cristina enquanto mulher, porque a profissional ficou offline?

É neste espaço que me entrego como sou. Que escrevo com a alma, sem filtros. A profissional está sempre dentro de mim, mas a Cristina está menos na televisão porque o seu lado emocional tem de ser balizado. Não posso fazer em televisão muitas das coisas que faço no digital, aqui sou eu a protagonista, falo mais de mim e das experiências que vivo. No Imagens de Marca não, são as marcas as protagonistas. O palco sempre foi e será delas

Deixe um comentário

Follow @ Instagram