Por César Ferreira
Num momento em que o sistema de aprendizagem conhece novas fronteiras e novos desafios, optei por abordar neste texto como pode rentabilizar a sua aprendizagem (e a dos seus filhos) apenas, e somente apenas, por ativar cinco chaves-mestras.
Dadas as circunstâncias atuais, tendemos a aprender mais com o emocional do que com o racional. E isto leva-nos a ter de investir mais tempo e esforço e a encarar o que necessitamos aprender com o sentido de crise incorporado.
Um processo de aprendizagem deve incluir o equilíbrio entre a parte emocional e a parte lógica. Quando existe uma descompensação entre ambas, a aprendizagem tende a ser mais morosa e desafiante, o que faz com que os nossos resultados demorem mais a aparecer e o entusiasmo depressa se dissipe.
Qualquer que seja o processo de aprendizagem que pretenda realizar terá, se ambiciona eficácia, de acionar cinco chaves-mestras de forma sequencial. Aprender com qualidade é ir abrindo portas à medida que se vão fechando outras. É desconstruir o que antes se apresentava como abstrato e torná-lo claro e aplicável.
A aquisição de conhecimento traz em si um processo de escalabilidade que cumpre determinadas etapas. O acesso a cada uma destas é feito pela utilização da chave certa.
Independentemente de a maioria das pessoas não se aperceber que tipo de procedimentos acontecem dentro de si quando estão a aprender, a questão é que muitas vezes o processo falha porque alguma das chaves-mestras não foi devidamente usada.
Neste texto quero dar-lhe a conhecer essas cinco chaves para que fique em posição de aprender com mais eficácia.
1ª- A chave-mestra da Recompensa
Saber o que pode mudar ou que nos espera no final da aprendizagem é mesmo o ponto de partida. Muitas pessoas perdem o entusiamo porque, na verdade, não sabem o que vão ganhar com o que estão a fazer.
Em muitas situações o “para quê” é muito mais importante do que “o quê”. Uma das expressões mais utilizadas pelos jovens que têm resultados pouco satisfatórios na escola é “mas por que razão preciso aprender isto?”.
Todos nós gostamos de recompensas. É normal, é humano. Antes de iniciar qualquer aprendizagem saiba que recompensa irá ter. Saiba o que vai mudar. Saiba com clareza que o passo que está prestes a dar irá certamente ter uma recompensa no final.
2ª- A chave-mestra da Organização
Seja através de um plano de aprendizagem ou mesmo de um sistema de gestão de conhecimento, a organização é dos pontos mais essenciais. Embora uma das funções da aprendizagem seja ficar em posição de poder aplicar conhecimento para atingir um determinado resultado, a questão é que todo o conhecimento adquirido tem de o ser de forma escalável e sistematizada.
Investirá muito mais energia, tempo e dinheiro em tentar aprender algo começando pelo mais complexo.
A organização implica também no reconhecer dos ambientes de aprendizagem mais indicados para si, tal como técnicas de rentabilização de informação.
3ª- A chave-mestra do Distanciamento
Quando estamos a aprender de forma intensiva o nosso cérebro tem dificuldade em processar todo o volume de informação a que está sujeito. Aprender não é apenas um processo ao nível do consciente, pois toda a informação tem também impacto no subconsciente. Já lhe aconteceu não perceber algo quando estava a estudar mas que depois, ao fazer outra coisa qualquer e vindo do nada, vem a solução?
É preciso dar distanciamento ao que estamos a aprender de momento. Dar espaço ao nosso cérebro para fazer todas as ligações sinápticas necessárias para conseguir assimilar e compreender a informação.
4ª- A chave-mestra da Simplicidade
Falar sobre o que aprendemos de forma clara e simples é uma das provas de que já compreendemos a informação. É neste ponto que estamos mais aptos a correlacionar e a aplicar informação de forma pertinente e de acordo com a exigência do contexto.
Costumo dizer que devemos brincar com o conhecimento. Fazer com que seja ágil, divertido e visível.
Visto que o complexo é composto pelas relações existentes entre diversas partes simples, ao segmentar algo aparentemente complicado estou a simplificar o processo de compreensão. Portanto, a chave é simplificar.
5ª- A chave-mestra do Checkpoint
Gosto também de chamar a esta chave a chave da celebração. Quando concluímos um processo é importante fechá-lo dentro de nós.
Fazer o checkpoint é assumirmos que já aprendemos o que queríamos, que a recompensa é nossa e que podemos “partir para outra”.
É esta chave-mestra que nos reposiciona quanto à próxima etapa (ou processo) de aprendizagem. Lembre-se que o conhecimento é escalável e só deve subir mais um degrau quando tem os dois pés firmes no degrau de agora.
Aprender com eficácia deve ser simples, intuitivo e divertido. Por vezes levamos muito a sério a informação e o conhecimento. Talvez seja por isto que não nos lembramos de muitas das coisas que aprendemos no passado.
Estou certo de que estas cinco chaves-mestras o vão ajudar a impulsionar qualquer aprendizagem que necessite fazer. E nunca se esqueça: o truque está na simplicidade.
Desejo-lhe momentos inspiradores
Boas Aprendizagens,
César Ferreira
Mentor de Autor, Mentor para a Aprendizagem e Biblioterapeuta