Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
Ainda me lembro do momento em que me apaixonei pelo mundo das marcas. Ainda me lembro que foi a ver um anúncio de publicidade, pela primeira vez, numa televisão a cores. Ainda me lembro que eu era um palmo e meio de gente…e sim, ainda me lembro dos meus olhos ficarem presos ao écran com aquela união de cor, som e imagem.
Longe estava de imaginar que seria no mundo das marcas que iria ser mais feliz. Mas longe estava também de saber que iria ser o que mais iria exigir respostas imediatas a desafios constantes.
O mundo das marcas é isso mesmo: um desafio constante. As que têm mais visibilidade têm de provar sempre mais e melhor. As que têm menos de mostrar o que trazem de inovador.
Respeitar os consumidores, elevar a fasquia, surpreender o público, definir tendências. São inúmeros os desafios. O maior de todos: ganhar a confiança do consumidor.
Amar uma marca é saber perdoar, saber que há momentos melhores e outros piores. Amar uma marca é sentirmo-nos conectados a ela, tal como se de um indivíduo se tratasse. É um amor tão real como qualquer outro. E esse é também um desafio para a própria empresa/marca… alimentar esse amor.
Uma marca acessível a todos, principalmente nesta era do digital, é muito importante. E algo valioso, diria até. Essa acessibilidade permite-nos construir uma relação forte e coesa com o público. Por essa razão, todos os pontos de contato, tanto no digital como fora dele, são fundamentais e em todas as áreas.
O marketing envolve muito mais coisas do que anúncios e publicidade. Envolve relações humanas, um estimular de emoções constante, conectar pessoas e, sobretudo, conhecer o público a quem nos queremos destinar.
Amamos uma marca a partir do momento em que ela consegue transformar aquilo que promove em algo memorável. Todos nós temos “a” marca da nossa vida. Ou estou enganada?
A gestão das expectativas é também um dos pontos mais importantes quando se fala no universo das marcas. É que os consumidores têm expectativas cada vez mais altas. Num mundo tão conectado quanto o nosso, torna-se mais difícil para as empresas escolherem questões controversas. Se alguma coisa correr mal, exige-se uma resposta quase que instantânea. Por essa razão – e por tantas outras -, as marcas devem ter em conta aquilo em que de facto acreditam. Só assim é possível vingar onde quer que seja.
Assuntos como a sustentabilidade, igualdade de género, orientação sexual, liberdade de se ser aquilo que quiser também estão na ordem do dia das marcas. E a verdade é que os consumidores exigem às marcas que estejam na linha da frente destes temas globais.
Ser uma marca é muito mais do que criar um produto ou um serviço. É uma necessidade constante de mudança, de adaptação. E aceitar essa inconstância como algo bom e necessário.
Num mês que coincide com muitas mudanças na minha empresa, decidi escrever sobre aquilo que a alimenta diariamente – as marcas. Porque quando decidi agarrar este universo havia um propósito: olhar para o lado bom das marcas, sem cair no erro de ser tendenciosa. Senti a necessidade de mostrar que no nosso país – e não só – existem marcas verdadeiramente relevantes e com vontade de fazer mais e melhor. Só não tinham um palco para atuar. Escolhi ser eu a criá-lo. Palco esse que não existia em lado nenhum do mundo.
Passados quase 16 anos de emissões do Imagens de Marca na SIC Notícias, continuamos a ser um caso único. Em todo o mundo! Com muito orgulho posso dizer que não há um programa semanal de informação numa antena de notícias há tanto tempo como nós. A isto chama-se amor pelas marcas. E num mundo de constantes desafios, só mesmo a resiliência nos consegue oferecer este marco!
Amar as marcas vai continuar a fazer parte de mim e vos garanto que o melhor ainda está para vir. Com muito amor.