Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
Uma das coisas boas que esta pandemia nos trouxe foi a entreajuda, a solidariedade, o pensar mais no outro. E isto reflete-se nas mais pequenas coisas do nosso dia a dia como, por exemplo, na hora de comprar. Qual a razão de não darmos prioridade ao que é nosso, ao que é nacional, ao que é português? Acredito, em grande parte, que pudesse ser por estarmos todos em modo automático e nos esquecermos de que o pequeno comércio, as marcas portuguesas, os produtores nacionais, entre tantos outros, também precisam de nós.
No outro dia estava a ler no site do Imagens de Marca um artigo de opinião da Joana Carravilla, Country Manager Iberia da Elife, cujo título é “O admirável mundo novo do pequeno comércio” e não podia estar mais de acordo a sua análise. Diz que o novo consumidor, que nos últimos meses passou a estar muito mais atento ao mundo digital e “ que passou a linha do analógico para o digital, representa uma excelente oportunidade para o pequeno retalho, que vê, assim, crescer o seu universo de consumidores.”
A Joana diz ainda que acredita que o teletrabalho bem como as novas rotinas das pessoas e das empresas podem ser importantes para dinamizar as áreas de residência, na medida em muitas dessas eram apenas zonas de “dormitório” e agora contam com novas dinâmicas , o que, por sua vez, potencia o comércio de proximidade.
Outro aspeto que achei muito pertinente na sua análise tem que ver com este último ponto sobre a proximidade: “ Atendimento e Relacionamento são o Novo Marketing”. Esta é uma ideia que defendo desde sempre, em qualquer que seja a área de atuação.
A disponibilidade das pessoas em tirar dúvidas e envolver o comprador com a marca e com o produto/serviço são pormenores essenciais e que fazem toda a diferença. Segundo a Joanna, “quem conseguir ter um bom produto, preço competitivo, facilidade de entrega e devolução e um bom e rápido atendimento, vai dar cartas nesta renovação da economia”.
Esta análise deixou-me com esperança porque percebemos que existem várias oportunidades para recuperar muito do que se perdeu. E as provas que o pequeno comércio tem dado nos últimos meses são mais que suficientes para que, quando tudo isto acabar, sejamos nós a apoiá-los, como eles estiveram estes meses todos a fazê-lo, correndo riscos por nós, por eles, por todos.
Por isso, na hora de comprar pensem duas vezes. Comprem português.