A forma como vivemos os dias que correm leva-nos a crer em duas coisas: que o tempo é insuficiente para o que devemos (queremos) fazer; e que parar é sinónimo de desistência. Felizmente não passam de crenças, pois o tempo é igual para todos e parar em nada tem que ver com abdicar. Ambos os casos dependem do significado que lhes atribuirmos. Mas uma coisa é certa: a relação entre os dois é inegável.
A ideia de que “o tempo não chega para nada” é um dos principais sinais de que temos de abrandar e até talvez parar. É necessário escutarmos o nosso corpo e a nossa mente.
Grande parte das pessoas tem dificuldade em parar. Embora conheçam os sinais de alarme tendem a continuar imersos na infinidade de tarefas. Há mesmo quem, para não ter de lidar com o parar, opta por preencher ainda mais a sua agenda. Arranjar preocupações onde estas não existem.
Gerir o tempo nada mais é do que gerir emoções. Porque, na verdade, quando não conseguimos realizar o adequado ao nosso corpo e à nossa mente em determinado momento, demonstra que há algo em nós que nos reclama. E normalmente é uma emoção não resolvida, não escutada ou não experienciada.
As nossas emoções ditam o estado em que nos encontramos, os comportamentos que assumimos e os resultados que temos. O entendimento desta tríade possibilita-nos manusear o tempo da melhor forma.
Quantas vezes é que evitamos o colo, que devíamos receber de nós mesmos, em prol de mais uma tarefa para os outros? Quantas vezes é que não escutamos o nosso corpo e a nossa mente e continuamos com a máscara “do(a) forte”? Quantas vezes é que estamos já no fundo e pensamos que é só uma miragem?
Ninguém gosta de parar por necessidade. Quer por doença ou um imprevisto, são poucas as pessoas que veem o ato de parar como uma vantagem.
Quando um momento menos bom surge é apenas um reflexo de um conjunto de coisas que está para trás. É o resultado da ordenação exata de um conjunto de situações.
Ao encontrar-se perante um momento destes Aceite-o, Experiencie as emoções associadas e Liberte-o. Tudo o que não aceitar voltará com mais força na próxima vez. Portanto, o melhor é lidar com a situação no momento em que esta aparece.
Conhecer os seus limites e encarar as situações com aceitação é saber gerir emoções de modo inteligente e genuíno. É estar preparado para quando tiver de avançar, mas também de parar.
Muitos atingem o limite porque os pequenos problemas tornaram-se grandes. Não porque mudaram, mas porque não foram resolvidos no timing certo.
Se procura uma melhor agilidade para lidar com o para e arranca da vida, sugiro-lhe a leitura de “Parar: Como parar quando temos de continuar” de David Kundtz.
Sendo um verdadeiro curso sobre Parar, com este livro aprenderá a encontrar a sua própria maneira de parar. A sua forma de carregar no travão sem que isso lhe custe.
Saber parar é um ato de coragem e de amor-próprio. E como afirmava Rainer Maria Rilke, você é “a pausa entre duas notas”.
Desejo-lhe momentos inspiradores.
Boas Leituras,
César Ferreira
Biblioterapeuta e Reading Coach