Cristina Amaro
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3, 2, 1 … Amar está no ar!

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As marcas

3, 2, 1 … Amar está no ar!

3, 2, 1 ... Amar está no ar!

Por Cristina Amaro e Alexandra Delgado Figueiredo
Hoje celebra-se o dia da caixinha mágica que nos entra todos os dias pela casa dentro, que é muitas vezes a única companhia, e que entrou na minha vida por mero acaso.
Nada previa que hoje – e desde há 20 anos para cá – eu ia ser um rosto televisivo. Não estava nos meus planos. E, se querem que vos diga muito honestamente, ainda bem que não estava. Quanto mais imprevisíveis são as coisas mais beleza têm. Não é assim? Quero acreditar que sim.
Estávamos em 1998. Trabalhava como jornalista na revista Exame. Era apaixonada pelo jornalismo de revista e achava que aquele era o meu caminho. Até que houve um dia em que fui desafiada pelos meus colegas de redação a fazer um curso de técnicas de jornalismo televisivo no CENJOR (o centro de formação de jornalistas). Inicialmente rejeitei porque a televisão não estava no meu horizonte, mas os meus colegas voltaram a insistir uma vez que faltava um lugar parar o curso arrancar. Até que, sem pensar muito acerca do assunto e sem pensar em momento algum que a minha vida ia passar por ali, aceitei o desafio e fui. Lembro-me de ter pensado na máxima “o saber não ocupa lugar” e, apesar de, na altura, estar também na católica a fazer uma especialização em Marketing, fui.
A questão é que o curso acabou por ser uma boa surpresa. Os resultados superaram as minhas expectativas. Na altura, umas palavras do meu coordenador de curso, o Jorge Nuno Oliveira, fizeram toda a diferença na forma como encarei e ainda hoje encaro a televisão. Falou-me acerca da importância da credibilidade de um rosto em televisão e disse-me que a minha era natural, tinha nascido comigo, e que devia “usá-la”. Confesso que nunca tinha pensado nisso nem nunca me tinha apercebido disso em mim. Ouvi-o. E hoje sublinho a importância.
Tudo começou aí, ao longo de 1999. Está agora a fazer precisamente 20 anos que comecei a pensar televisão. Complementei depois esse curso com o de técnicas de comunicação oral e, mais tarde, com o de rádio. Todos no CENJOR. Todos me fizeram apaixonar cada vez mais pela comunicação que não envolvia apenas a escrita. Comecei a sentir que devia valorizar as palavras do meu coordenador em relação à minha possível mudança para a TV. E a vida encarregou-se do resto.
Foi aí que surgiu o Imagens de Marca. Na altura ainda estava na revista Exame e percebi que havia uma clara lacuna nesta área de branding. Mais: nunca tinha existido um programa de informação sobre marcas na televisão portuguesa e era a minha oportunidade de o criar. Comecei a desenhar o projeto Imagens de Marca a partir de uma folha em branco. O programa levou três anos para nascer. Ainda fiz uma primeira tentativa de estreia na RTP2, mas acabou por ser cancelada 15 dias antes da estreia prevista. E, tendo eu em mão cinco programas gravados, ganhei coragem de os ir apresentar o programa ao Ricardo Costa, então Diretor da SIC Notícias. Foi a partir dessa altura que as coisas começaram a mudar, três anos depois de pensar fazer qualquer coisa no mundo televisivo.
O Imagens de Marca começou a sua pré-produção em setembro de 2003. Estreou em janeiro de 2004. Na altura, o desenvolvimento do projeto foi muito apoiado pelo meu coordenador de curso e hoje amigo, Jorge Nuno Oliveira, a quem ainda hoje agradeço porque foi uma ajuda preciosa. Enquanto estava a desenhar o projeto ia-lhe pedindo alguma orientação, pela sua vasta experiência. Precisava dos seus conselhos, de forma a perceber se estava a ir no caminho certo ou não.
Nunca mais me esqueço de uma frase que o Jorge me disse: “ se tu conseguires estrear este programa em televisão nunca mais de lá sais”. Creio que foi simpatia da parte dele na altura, mas também muita fé por aquele projeto ser muito inovador e poder efetivamente fazer a diferença. O que é certo é que 16 anos depois o IM está muito bem onde está. É hoje o programa com maior longevidade do canal e um dos mais antigos da história da televisão em Portugal. E tenho, como devem calcular, o maior orgulho nisso.
Aquela caixinha mágica que me fazia sentar no chão a ver os anúncios quando era pequenina acabou por se tornar parte integrante na minha vida. Já são 20 anos a pensar por e para a televisão. Por e para o mercado. Por e para o público.
Recordar esta caminhada no dia em que se assinala o Dia Mundial da Televisão é para mim um momento de reflexão importante. Não só me faz perceber o que conquistei, como também o que quero e pretendo conquistar daqui para a frente. É um orgulho e ao mesmo tempo uma força que me faz querer fazer mais, melhor e diferente.
Sou muito feliz a fazer televisão. Gosto francamente do contacto com a câmara, de deixar o meu olhar apaixonar-se pela objetiva. É um mundo que continua a preencher-me bastante e o suficiente para continuar a acreditar que vale a pena continuar. Que vale a pena todo o esforço de manter um programa que me desafia todos os dias, mas que preenche o meu coração. Sei que é diferenciador e que faz muito pelo mercado português e a nível mundial. Que eu conheça. Não há nenhuma história semelhante à do Imagens de Marca, um programa de informação sobre marcas, numa antena televisiva, com tamanha duração. Somos, possivelmente, um caso único. Criado e falado em português.
São muitos os motivos que me fazem continuar, apesar de tantas e tantas mudanças sempre a surgir pelo caminho. E continuo a acreditar que, apesar do crescimento do digital, a televisão tem um espaço muito nobre e um lugar muito importante na vida das pessoas. Hoje consome-se de forma diferente, é verdade, mas em momentos importantes é lá que nós vamos. É lá que estamos. Sempre.

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